Haddad reconhece derrota e vê Boulos candidato em 2024

Por ARTUR RODRIGUES E STEFHANIE PIOVEZAN

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O ex-prefeito e ex-ministro Fernando Haddad (PT) reconheceu na noite deste domingo (30) a derrota para Tarcísio de Freitas (Republicanos) na eleição para o Governo de São Paulo e indicou a possibilidade de Guilherme Boulos (PSOL), deputado federal mais bem votado em São Paulo, concorrer à prefeitura em 2024.

Com 99,51% das urnas apuradas, Tarcísio obteve 55,30% dos votos válidos, ante 44,70% de Haddad. "Já liguei para o Tarcísio de Freitas desejando a ele que faça um bom governo, me colocando à disposição", disse o petista em discurso após a apuração.

"Eu acredito na democracia e democracia é reconhecimento do resultado. Pensando no povo de Sâo Paulo, a gente tem que desejar sorte e contribuir, inclusive, na oposição", completou.

Haddad também afirmou que, apesar da derrota, estava feliz e realizado pelo fato de ter contado com apoio e formado uma frente "maravilhosa", com "todos os progressistas unidos", que permitiu realizar a melhor eleição do partido no estado em 40 anos. Com Haddad, o PT teve esperança de chegar ao Palácio dos Bandeirantes pela primeira vez.

Por fim, o ex-prefeito fez menção à eleição municipal, em 2024: "Boulos, vai se animando aí que na capital tive praticamente a mesma votação que você quando venci José Serra, em 2012. Isso é muito significativo porque eu tenho um amor profundo por essa cidade e fiquei muito feliz de ver o mapa da cidade todo vermelhinho".

Como mostrou o jornal Folha de S.Paulo, Haddad conseguiu articular uma ampla aliança em sua campanha, de Geraldo Alckmin (PSB) a Guilherme Boulos (PSOL). A maior parte dos partidos de centro e de direita, porém, abraçaram Tarcísio e o ex-prefeito não conseguiu contornar o expressivo antipetismo no estado, principalmente no interior.

Na campanha, Haddad foi questionado pela gestão na prefeitura --ele cumpriu metade de suas metas e deixou 35 obras não finalizadas. O petista apresentou um legado de melhora nas contas públicas e repetiu suas realizações no MEC, com ampliação das universidades federais e a criação do Prouni.

Ele ancorou sua campanha em propostas sociais, como aumento do salário-mínimo e ICMS zero para carne e cesta básica. Já Tarcísio apostou no perfil técnico, apesar de comprometer-se com a agenda bolsonarista, e fez um discurso mais alinhado ao mercado, prometendo geração de empregos e foco no social.