Zambelli tenta se infiltrar em evento de ministros do STF com João Doria em NY

Por MÔNICA BERGAMO

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) tentou se infiltrar no evento do grupo Lide que reúne seis ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) em Nova York. Sem conseguir um ingresso, porém, a parlamentar teve seus planos frustrados.

Zambelli telefonou para bancos e corretoras e também para lideranças políticas que têm relação com instituições financeiras na tentativa de obter um convite para a conferência.

O Lide não divulga os valores do ingresso, mas há estimativas de que ele gire em torno US$ 10 mil dólares (cerca de R$ 53 mil).

"Não consegui, infelizmente. Eu iria hoje", disse a deputada à coluna nesta segunda-feira (14).

A informação é de que a deputada pretendia fazer questionamentos ao ministro Alexandre de Moraes, inclusive com vaias. Presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o magistrado é considerado um dos maiores antagonistas do golpismo defendido por alas do bolsonarismo.

Os ministros do STF vêm sendo perseguidos por bolsonaristas desde que chegaram aos Estados Unidos para a conferência. No domingo (13), um grupo de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) passou a tarde em frente ao hotel em que os magistrados estão hospedados. Xingamentos foram preferidos contra eles.

Durante um passeio pela Times Square, ponto turístico da cidade, uma mulher chegou a hostilizar o ministro Luís Roberto Barroso enquanto filmava o seu rosto.

Promovida pelo grupo da família do ex-governador paulista João Doria, a Lide Brazil Conference ocorrerá nesta segunda e na terça (15) no New York Harvard Club, no centro de Manhattan.

Além de 260 empresários, políticos e convidados, estão presentes no evento de Doria os ministros Barroso, Moraes, Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e Dias Toffoli.

Como mostrou a Folha, após as manifestações o Lide pediu auxílio à polícia de Nova York, que colocou dois carros com equipes na frente do hotel. Não houve incidentes, contudo.

O ex-presidente Michel Temer (MDB) também foi hostilizado durante sua chegada ao hotel no domingo.