Gleisi cobra GSI sobre militares golpistas: 'Até quando se calarão?'

Por MARIANA DURÃES

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, questionou "até quando" o GSI (Gabinete de Segurança Institucional) e as Forças Armadas "se calarão" sobre casos como o do militar da marinha que coordena atos antidemocráticos em frente a quartéis das Forças Armadas. Para a deputada federal, eles devem ser "afastados e punidos" por crime conta a democracia.

"Até quando GSI e Forças Armadas se calarão sobre militares golpistas? É preciso providências urgentes contra Andriely Cirino que insufla a desordem e Ronaldo Ribeiro que ameaçou eleitores de Lula e a posse", defendeu.

O jornal Folha de S.Paulo mostrou que além das mensagens e vídeos enviados aos grupos de bolsonaristas, o militar lotado no GSI, chefiado pelo general Augusto Heleno, também afirma que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não vai tomar posse em 1º de janeiro. A reportagem mostrou ainda que Travassos defende o assassinato de eleitores de Lula.

O outro nome citado por Gleisi é de Andriely Cirino. No início de novembro, o site The Intercept Brasil mostrou que o capitão da ativa do exército, lotado no gabinete pessoal da Presidência da República, compartilha mensagens com conteúdos golpistas, nega o resultado das eleições presidenciais, e estimula manifestações antidemocráticas.

O militar também usa aplicativos de mensagens para levantar suspeitas infundadas contra as urnas eletrônicas. Os conteúdos são destinados a servidores ligados ao alto escalão do Planalto e assessores de diversos ministérios, conforme mostrou a reportagem.

Na terça (29), o PT acionou o STF (Supremo Tribunal Federal) contra o militar da marinha Ronaldo Ribeiro. Na representação, o partido pede para que as condutas dele sejam "incluídas nas investigações" dos inquéritos sobre organizações criminosas.

O documento fala em crimes de ameaça contra o presidente eleito, incitação e apologia à prática de crime contra o resultado eleitoral, além de incentivo a práticas de atos inconstitucionais.

Além disso, o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) pediu que a CCJC (Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania) da Câmara dos Deputados convoque o general Augusto Heleno para "prestar esclarecimentos sobre a transgressão disciplinar" de Travassos.

O parlamentar ressalta que por ser militar da ativa, ele não pode participar de manifestações político-partidárias, e que o Estatuto dos Militares veda "quaisquer manifestações coletivas, tanto sobre atos de superiores quanto as de caráter reivindicatório ou político".