Tebet reafirma desejo por área social e ouve que PT também quer a pasta

Por JULIA CHAIB

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A senadora Simone Tebet (MDB-MS) conversou nesta segunda-feira (19) com a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), e reafirmou o desejo de comandar a pasta do Desenvolvimento Social.

A emedebista, porém, ouviu que comandar a pasta é uma demanda do PT, e que o novo governo foi eleito com o mote de combate à fome e, por isso, seria importante que o partido gerisse esta área.

Central no futuro governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a pasta será responsável, entre outras políticas, pela recriação do Bolsa Família.

Tebet chegou a argumentar, segundo relatos, que ela poderia fazer uma gestão compartilhada e montar a equipe em conjunto com os petistas. A presidente do PT, por sua vez, reiterou que a decisão será tomada pelo presidente eleito e aproveitou o encontro para ouvir as expectativas da senadora para o futuro governo.

Um dos nomes mais cotados atualmente para o Desenvolvimento Social é o do senador eleito Wellington Dias (PT), ex-governador do Piauí.

Na conversa com Tebet, foram citados alguns ministérios, como o do Meio Ambiente e até mesmo Indústria e Comércio.

A senadora, porém, resistiria a ocupar a pasta do Meio Ambiente por avaliar que Marina Silva (Rede) é o nome preferencial para a pasta. Segundo aliados, Gleisi repassará a Lula o teor da conversa com Tebet e depois a própria senadora deverá se encontrar com o presidente eleito.

A senadora acabou em terceiro lugar na corrida presidencial, com 4,2% dos votos e se engajou na campanha de Lula durante o segundo turno. Petistas acreditam que ela contribuiu para a eleição do petista e por isso, Lula gostaria de contemplá-la no governo.

Pessoas próximas da senadora, embora saibam da preferência pelo Ministério do Desenvolvimento Social, não descartam que ela tope assumir uma outra pasta. A decisão deve ser selada nesta semana, quando Lula anunciará uma série de ministros.

Além de Tebet, o senador eleito Renan Filho (MDB-AL) é outro emedebista que pode compor o governo. Petistas, entre eles o próprio Fernando Haddad (PT-SP), futuro ministro da Fazenda, têm tentado convencê-lo a assumir o Planejamento.

Renan Filho ainda rechaça essa possibilidade por avaliar que o Planejamento pode ser um ministério com pouco poder e visibilidade. Nesse contexto, ele também é citado como opção para comandar a pasta de Cidades.

Renan Filho também foi cotado para comandar o Ministério de Minas e Energia. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), porém, teria pedido que ele não fosse nomeado. O deputado e o senador eleito são rivais políticos em Alagoas.

O MDB também solicitou um ministério para contemplar a bancada da Câmara. O deputado José Priante (MDB-PA) é quem provavelmente representará os pares em um ministério do futuro governo. Atualmente, ele é citado como opção para comandar Cidades.

O governo Lula terá 37 ministérios. O presidente eleito já bateu o martelo sobre algumas pastas, entre elas Defesa (José Múcio Monteiro), Fazenda (Fernando Haddad), Casa Civil (Rui Costa), Itamaraty (Mauro Vieira), Cultura (Margareth Menezes), Educação (Camilo Santana), Advocacia-Geral da União (Jorge Messias) e Controladoria Geral da União (Vinícius Marques de Carvalho).

O ex-ministro Aloizio Mercadante foi escolhido para chefiar o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Social). É esperado que Lula anuncie esta semana o deputado Alexandre Padilha (PT-SP) para o comando da SRI (Secretaria de Relações Institucionais).

O deputado Márcio Macedo (PT-SP) ganhou força para chefiar a Secretaria-Geral, que fica no Palácio do Planalto.

Já Esther Dweck, que participou do grupo de transição do Planejamento, é a mais cotada para chefiar o Ministério da Gestão, que será criado.

Entre outras pastas, a presidente do PC do B, Luciana Santos, passou a ser cotada para o Ministério da Ciência e Tecnologia. Nessa configuração, o ex-governador de São Paulo Márcio França (PSB-SP) poderia assumir a pasta de Portos e Aeroportos.