Lula decide indicar deputados petistas para Comunicações e Secom
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Mais dois petistas vão compor o primeiro escalão do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a partir de janeiro do próximo ano. Segundo aliados, os deputados federais Paulo Teixeira (SP) e Paulo Pimenta (RS) assumirão o Ministério das Comunicações e a Secom (Secretaria de Comunicação Social), respectivamente.
As indicações dos dois parlamentares, que integram agrupamentos internos que não se alinham automaticamente à direção do partido, atendem ao objetivo de equilibrar o jogo interno de forças no PT.
A escolha de Teixeira é uma demonstração de poder da presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR). Ele também é amigo de Fernando Haddad (PT), futuro ministro da Fazenda.
Teixeira tem boa articulação no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e bom trânsito na área jurídica. Na campanha eleitoral, assumiu a assessoria jurídica do PT.
Com a nomeação, Teixeira deve deixar o posto de secretário-geral do PT. Para assumir a função, é cotado o deputado federal eleito Lindbergh Farias (PT-RJ). Ambos fazem parte de um mesmo grupo político, uma coalizão de tendências que se tornou a segunda maior força da sigla.
Já Pimenta é amigo pessoal de Lula, foi figura frequente em Curitiba na época da prisão do hoje presidente eleito, e estreitou a relação com Gleisi quando foi cotado para disputar o comando do partido.
Na época, a dupla fechou um acordo: Pimenta abriria mão da disputa contra Gleisi para assumir a presidência do PT no Rio Grande do Sul.
No terceiro mandato de Lula, a Secom -um dos principais focos de crise do governo atual- voltará a ter status de ministério.
O Palácio do Planalto do futuro governo vem sendo composto, em sua maioria, por aliados de longa data do presidente eleito.
Dos 21 nomes anunciados até o momento, sete são petistas. Por ora, é a legenda com maior número de pastas. Na leva de ministros anunciada por Lula na última quinta-feira (22), cinco ministros são filiados ao PT, sendo dois palacianos.
A Secretaria de Relações Institucionais (ex-Secretaria de Governo) ficará sob o comando do deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP).
Já o ministro da Secretaria-Geral da Presidência será o deputado federal Márcio Macedo (PT-SE), tesoureiro da campanha petista. No momento, ele é vice-presidente do PT.
O PT não quis abrir mão de manter o programa Bolsa Família sob seu comando, e o Ministério de Desenvolvimento Social passará para Wellington Dias (PT-PI) -a pasta era pleiteada pela senadora Simone Tebet (MDB-MS).
Outro ex-governador petista que integrará a equipe de Lula na Esplanada é Camilo Santana, do Ceará, à frente do MEC (Ministério da Educação). O partido não quis ficar sem uma das principais vitrines da Esplanada.
No Trabalho, assumirá o deputado federal Luiz Marinho (PT-SP). Ele é presidente do diretório estadual do PT em São Paulo, aliado próximo de Lula e chefiou a pasta de 2005 a 2007.
Lula já havia oficializado outros dois petistas para o primeiro escalão --Fernando Haddad na Economia e Rui Costa na Casa Civil, duas das principais pastas do governo.
Além desses indicados, há nomes oficializados por Lula ligados ao PT, mas que não são políticos, como Jorge Messias. Ex-subchefe de assuntos jurídicos da Presidência (SAJ) de Dilma Rousseff, ele passará para o comando da AGU (Advocacia-Geral da União).
Já a futura ministra da Mulher, Cida Gonçalves, foi secretária nacional de enfrentamento à violência contra as mulheres nas gestões de Lula e Dilma.
O deputado estadual Edegar Pretto, terceiro colocado na disputa pelo Rio Grande do Sul, esteve cotado para o Ministério do Desenvolvimento Agrário. No entanto, o futuro titular da pasta ainda não está definido.