Michelle Bolsonaro ironiza Lula e Janja e defende CPI sobre móveis do Alvorada
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro defendeu a instalação de uma CPI sobre móveis do Palácio da Alvorada, como resposta aos questionamentos do atual governo sobre o sumiço de móveis do palácio.
Em uma sequência de stories, respondendo à pergunta de um seguidor, Michelle disse na noite deste domingo (16) que os móveis que estão faltando estão no depósito da Presidência e que utilizou a sua mobília própria a partir do segundo semestre de 2019.
"Fiquei seis meses dormindo na cama do Alvorada, cama que outros presidente usaram, com certeza. No segundo semestre de 2019, a minha mudança chegou, até a pedido da minha filha Laura, que queria que nós fizéssemos uma sala com nossos móveis da nossa casa do Rio de Janeiro. Tiramos os móveis. Esses móveis foram para o depósito", disse a ex-primeira-dama.
De acordo com a Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom), a curadoria das residências oficiais identificou, inicialmente, 261 móveis desaparecidos do Alvorada. Após três meses, há ainda 83 que não foram localizados.
"Os móveis estão lá. Só que, infelizmente, os que pregam a humildade, a simplicidade, não querem viver no simples, tá. [Estão] zombando e brincando com o dinheiro do contribuinte", afirmou.
"Nós ficamos por quatro anos no Alvorada, não fizemos nenhuma licitação de enxoval. Não tinha toalha, roupas de cama decente. Usei os meus lençóis na minha cama, na cama de visitas, pra não fazer licitação, porque entendi o momento que nós estávamos vivendo. Agora eu sugiro a CPI dos moveis do Alvorada", completou.
Como a Folha de S.Paulo mostrou na semana passada, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) gastou R$ 196.770 em cinco móveis e um colchão para o Palácio da Alvorada.
Foram adquiridos de uma loja de um shopping de design e decoração em Brasília uma cama, dois sofás e duas poltronas. Em outra loja, o governo comprou um colchão king size.
Os gastos mais altos foram com o sofá com mecanismo elétrico (reclinável para a cabeça e os pés), que custou R$ 65.140, e com a cama, de R$ 42.230. As peças têm revestimento de couro italiano, 100% natural com tratamento exclusivo para evitar ressecamento.
A relação das peças foi obtida pela Folha de S.Paulo por meio da Lei de Acesso à Informação.
No final de janeiro, Lula se queixou de não poder se mudar para o palácio, disse que era um "sem casa" e que nem cama tinham encontrado no quarto presidencial quando vistoriaram o Alvorada.
A Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência) afirmou que a compra se deve ao estado em que foi encontrada a mobília do palácio e reforçou que os móveis agora fazem parte do acervo da União.
Em entrevista à GloboNews, a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, fez um tour no Alvorada e disse ter encontrado o local malcuidado, quebrado e com móveis faltando. A Folha de S.Paulo também pediu acesso ao palácio, mas não foi concedido.