Pacheco pede punição em caso de leniência do GSI e cita polícia do Senado como modelo

Por FÁBIO ZANINI

LONDRES, REINO UNIDO (FOLHAPRESS) - O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse que é preciso haver a "repreensão devida" caso tenha ocorrido leniência por parte de autoridades do Palácio do Planalto e do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) na invasão do local por manifestantes bolsonaristas em 8 de janeiro.

Ele fez o comentário nesta quarta (19) ao ser questionado sobre imagens divulgadas pela rede CNN de servidores do GSI, incluindo o próprio ministro Gonçalves Dias, circulando pelo Planalto no dia da invasão.

"Se houve algum tipo de leniência, tolerância com essas invasões, o tratamento deveria ser de atos criminosos. Essa é uma apuração do GSI e do Palácio do Planalto, porque se houve uma leniência dessa natureza, é preciso que haja a repreensão devida", declarou em Londres, onde participará de evento do grupo Lide, criado pelo ex-governador João Doria. Ele ressalvou que não havia visto as imagens ainda.

Pacheco também citou a Polícia do Senado como modelo de reação aos manifestantes que invadiram o prédio.

"A Polícia do Senado foi exemplar na condução daquela invasão, foi a que mais prendeu, prendeu 39 criminosos naquele momento. Considero que todas as forças de segurança deveriam agir dessa forma", declarou.

As imagens impulsionaram a defesa por parte de bolsonaristas de uma CPI mista para investigar o 8 de janeiro.

Pacheco entrou na linha de fogo dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por ter adiado a leitura do requerimento, algo que ele considerou "normal". Ele considerou as reações a seu gesto "algo desproporcional".

"Entendo manifestações como algo natural da democracia. Mas o que houve ontem foi algo desproporcional, porque adiamento de sessão do Congresso Nacional é algo corriqueiro. Todos os presidentes do Senado nos seus quase 200 anos de história adiaram ou anteciparam ou fizeram algum tipo de entabulação política para o amadurecimento de matérias", afirmou.

Ele disse que se comprometeu a ler o requerimento da CPI na próxima semana. "CPI é um direito da minoria, não cabe ao presidente do Congresso a definição se vai ter ou não. Ela cumprindo os requisitos de número de assinaturas suficiente, fato determinado, cabe a leitura por parte do presidente da Casa. Agora, a instalação depende da vontade de líderes de blocos, da indicação de membros", afirmou.

O jornalista Fábio Zanini viajou a convite do Lide.