PF faz busca em casa de Bolsonaro e prende ex-assessores do ex-presidente

Por FABIO SERAPIÃO

Cerimônia de inauguração da nova sede da Polícia Federal, em Brasília.

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A Polícia Federal cumpre na manhã desta quarta (3) mandado de busca e apreensão em endereço do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de prisão contra seus ex-assessores Mauro Cid e Max Guilherme.

Outro alvo de mandado de prisão é Sergio Cordeiro, que atuava na equipe de segurança de Bolsonaro.

As medidas são no âmbito de uma investigação, diz a PF, sobre uma suposta "associação criminosa constituída para a prática dos crimes de inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas SI-PNI e RNDS do Ministério da Saúde."

"A apuração indica que o objetivo do grupo seria manter coeso o elemento identitário em relação a suas pautas ideológicas, no caso, sustentar o discurso voltado aos ataques à vacinação contra a Covid-19", afirma a PF.

De acordo com a Polícia Federal, os alvos da investigação teriam realizado as inserções falsas entre novembro de 2021 e dezembro de 2022 para que os beneficiários pudessem emitir certificado de vacinação para viajar aos Estados Unidos.

Segundo a reportagem apurou, há suspeita de que os registro de vacinação de Bolsonaro, Cid e da filha mais nova do ex-presidente, Laura, foram forjados.

A PF diz ainda que as diligências são cumpridas dentro do inquérito das milícias digitais, que tramita no Supremo Tribunal Federal e tem como relator o ministro Alexandre de Moraes.

"Os fatos investigados configuram em tese os crimes de infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação e corrupção de menores".

Os policiais federais cumprem 16 mandados de busca e seis de prisão preventiva em Brasília e no Rio de Janeiro.

Os investigadores também realizam a análise do material apreendido durante as buscas e tomam o depoimento de suspeitos de terem informações sobre a suposta fraude na inserção de dados nos sistema do ministério da Saúde.

O Coronel Cid foi um dos indiciados pelo vazamento da apuração utilizada por Bolsonaro em uma transmissão de 4 de agosto de 2021, em que ele contestou a segurança do sistema eleitoral e levantou suspeita de fraude nas eleições de 2018.

Cid também é investigado pela Polícia Federal por transações suspeitas em favor de Bolsonaro.