Dino e Alckmin defendem operação contra Bolsonaro

Por RAQUEL LOPES E MARIANNA HOLANDA

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRES) - O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, e o vice-presidente, Geraldo Alckmin, defenderam nesta quarta-feira (3) a investigação da PF contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O ex-mandatário é alvo de apuração, segundo a PF, sobre uma suposta "associação criminosa constituída para a prática dos crimes de inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas SI-PNI e RNDS do Ministério da Saúde.

Dino disse que a Polícia Federal vai cumprir sempre o que a sociedade espera. "Se você tem uma violação de uma norma sanitária, se tem um crime de falsificação, se você tem uma associação criminosa, o chamado peculato digital, está no Código Penal, e a Polícia Federal vai fazer o seu trabalho sempre porque é isso que a sociedade espera e essa é a orientação do presidente Lula, orientação administrativa de a PF ter independência e cumprir a lei."

A declaração foi dada em audiência da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados.

Já Alckmin também defendeu que haja investigação sobre o caso, mas evitou tecer maiores comentários.

"O que precisa é ter investigação. O que que a sociedade espera? Investigação, correto? Acho que o importante é que haja investigação e que as questões sejam esclarecidas, isso que é importante", afirmou.

A fala ocorreu no Palácio do Planalto, após evento da assinatura do decreto que vincula o Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA) a uma organização social.

A Polícia Federal cumpriu nesta quarta mandado de busca e apreensão em endereço de Bolsonaro e de prisão contra seus ex-assessores Mauro Cid e Max Guilherme.

Segundo a Folha apurou, há suspeita de que os registros de vacinação de Bolsonaro, Cid e da filha mais nova do ex-presidente, Laura, foram forjados.

Os Estados Unidos exigem a apresentação de comprovante de vacina contra a Covid-19 para viajantes -obrigatoriedade que será encerrada no próximo dia 11. Segundo o governo americano, há exceções, como pessoas em viagens diplomáticas ou oficiais de governos estrangeiros. De acordo com a Embaixada dos EUA, fraudar documentos para tentar entrar no país é crime que pode ser punido com multa ou prisão.

Desde o início de 2020, quando o coronavírus começava a se espalhar pelo mundo, Jair Bolsonaro deu uma série de declarações nas quais sempre buscava minimizar os impactos da pandemia da Covid-19.

Como presidente, ele propagou discurso negacionista e usou palavras histeria e fantasia para classificar a reação da população e da imprensa à pandemia.