Silvinei se disse alvo da 'maior injustiça' e negou ação para prejudicar eleitores de Lula
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal Silvinei Vasques, preso na manhã desta quarta-feira (9) pela Polícia Federal, negou ter atuado para prejudicar eleitores de Lula (PT) no segundo turno das eleições de 2022.
Ao prestar depoimento na CPI do 8 de janeiro, no dia 20 de junho, ele disse ser alvo da "maior injustiça" da história.
No dia 30 de outubro de 2022, segundo turno da eleições presidenciais, a Polícia Rodoviária Federal, então sob o comando de Vasques, descumpriu decisão do ministro Alexandre de Moraes e intensificou fiscalizações em rodovias federais.
Vasques disse que não é verdade que tenha tentado prejudicar eleitores do Nordeste. Ele justificou as ações dizendo que a região concentra a maior estrutura da PRF do Brasil, com o maior efetivo da instituição e a maior frota de ônibus.
Questionado sobre a reunião que ocorreu na sede da PRF dias antes do segundo turno, Vasques disse que os superintendentes foram proibidos de entrar com celulares e gravadores porque isso é praxe. Ele também negou que tenha escolhido os locais da operação.
"Quem escolheu os locais foram os chefes de delegacias ou os chefes dos serviços de operações. Isso é uma planilha Google, que pode ser auditada por perícia e vai verificar que não foi em Brasília que escolheu os locais onde as viaturas ficariam", declarou.
Além da suspeita em torno da operação da PRF, Vasques é acusado de ter sido leniente durante o bloqueio de estradas após a vitória de Lula, e declarou voto em Jair Bolsonaro na véspera do segundo turno. Vasques, porém, disse não ter "nenhuma relação íntima" com o ex-presidente.
Sobre postagem em rede social, ele afirmou à CPI do 8 de janeiro que "é normal na PRF os policiais terem um candidato". "Eu postei. Como começaram algumas críticas da imprensa, eu fui lá e apaguei. Mas era a minha rede social, no sábado, com meu celular e usando a minha internet."