Bolsonaro vira réu acusado de incitação ao estupro e diz que é perseguido
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) virou réu na Justiça do Distrito Federal por incitação ao crime de estupro.
A ação se refere ao episódio de 2014 em que Bolsonaro, à época deputado federal, declarou que não estupraria a deputada Maria do Rosário (PT-RS) porque ela "não merecia" e era "muito feia".
O caso corria no STF (Supremo Tribunal Federal) porque Bolsonaro tinha foro privilegiado. Por uma decisão de 2019, o ex-presidente já havia sido obrigado a pedir desculpas a Rosário.
"Em razão de determinação judicial, venho pedir publicamente desculpas pelas minhas falas passadas dirigidas à Deputada Federal Maria do Rosário Nunes. Naquele episódio, no calor do momento, em embate ideológico entre parlamentares, especificamente no que se refere à política de direitos humanos, relembrei fato ocorrido em 2003, em que, após ser injustamente ofendido pela congressista em questão, que me insultava, chamando-me de estuprador, retruquei afirmando que ela"não merecia ser estuprada", escreveu Bolsonaro à época.
Com o fim do foro privilegiado, os processos que Bolsonaro respondia foram levados à primeira instância. No dia 1º de setembro, o juiz Omar Dantas Lima, da 3ª Vara Criminal de Brasília, recebeu a denúncia, transformando o ex-presidente em réu.
"Os autos vieram conclusos para regularizar o registro do movimento de recebimento da denúncia", disse o juiz na decisão.
Nas redes sociais, Bolsonaro reagiu à notícia de que se tornou réu na Justiça do DF. "A perseguição não para", escreveu.
"Defendemos desde sempre punição mais severa para quem cometa esse tipo de crime e justamente quem defende o criminoso agora vira a "vítima". Fui insultado, me defendo e mais uma vez a ordem dos fatos é modificada para confirmar mais uma perseguição política conhecida por todos!", completou.