'Toc, toc' e 'grande dia'; relembre casos em que governo Lula usou redes para ironizar Bolsonaro
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O governo Lula (PT) tem utilizado perfis institucionais em redes sociais para ironizar seus adversários. Apesar de o atual presidente ter prometido um mandato de união na campanha eleitoral, conta da Secom (Secretaria de Comunicação Social) e a própria conta principal do governo federal acumulam casos de alfinetadas contra rivais políticos, sendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seu entorno os alvos preferenciais.
O caso mais recente ocorreu após a recente operação de busca e apreensão da Polícia Federal envolvendo o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), em que a corporação mira o núcleo político da "Abin paralela" no governo de Bolsonaro. No mesmo dia, o perfil do governo federal publicou uma imagem de uma mão batendo em uma porta e a mensagem "toc, toc, toc".
Também houve outras publicações em referência a outros revezes de adversários do petista, como a declaração de inelegibilidade de Bolsonaro pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), e o PowerPoint do deputado cassado Deltan Dallagnol (Novo-PR), usado como referência para citar conquistas nos cem dias de governo.
Veja casos em que o governo Lula utilizou as redes para ironizar Bolsonaro e outros adversários.
'Toc, toc, toc'
O perfil do governo federal publicou uma imagem de uma mão batendo em uma porta e a mensagem "toc, toc, toc" após a operação da PF que mirava Carlos Bolsonaro. Trata-se de uma referência a um discurso de Joice Hasselmann, que reproduziu em plenário, em seu período como deputada, como seria uma possível operação contra o pai do vereador e ex-presidente.
As diligências são parte das ações envolvendo o uso indevido de software espião no governo Bolsonaro. Na nova ação, a PF mira pessoas que teriam sido destinatárias das informações produzidas de forma ilegal pela agência de inteligência do governo federal.
Segundo a corporação, as medidas cumpridas visam "avançar no núcleo político, identificando os principais destinatários e beneficiários das informações produzidas ilegalmente no âmbito da Abin [Agência Brasileira de Inteligência]".
'Grande dia'
Perfis oficiais do governo federal fizeram postagens ironizando Bolsonaro no mesmo dia em que ele foi declarado inelegível por oito anos pelo TSE.
O perfil do governo no Twitter publicou imagem com o título "Grande dia", e um emoji de "joinha". A expressão e o emoji foram constantemente usados por Bolsonaro para comemorar vitórias e fustigar desafetos.
O termo também foi usado como referência à operação da PF contra Carlos envolvendo o FirstMile, em que o perfil da Secom publicou, após a ação, uma imagem com o título "Grande dia! Só notícia boa!". A expressão tornou-se conhecida a partir de publicações de Bolsonaro nas redes sociais.
Viagens ao exterior e 'tudo joia?'
A Secom também já fez ironias sobre o caso das joias da Arábia Saudita envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro. Três dias após a primeira reportagem trantando do caso, a Secom publicou uma série de conteúdos, cujo título inicial era "Viajou para fora e trouxe uns presentinhos? Saiba o que deve ser declarado à Receita Federal".
Um dos slides dizia: "Entrada no país de presente destinado ao Estado Brasileiro?". Abaixo havia a descrição que é necessária a comprovação de efetivo interesse público. "Não declarou? É possível regularização da situação mediante comprovação da propriedade pública. A não regularização pode acarretar a 'perda' do bem", completou o texto.
Dias depois, em uma campanha para o início do período para declarações do Imposto de Renda, o leãozinho da Receita pergunta "E aí, tudo joia?".
PowerPoint de conquistas do governo
Em maio, o governo usou canal oficial nas redes sociais para zombar da cassação de Deltan, que coordenou a força tarefa da Operação Lava Jato no Paraná.
O perfil Governo do Brasil usou uma imagem de PowerPoint para celebrar feitos do governo, em clara referência à apresentação do então procurador, que acusava Lula de liderar uma quadrilha.
O então procurador Deltan fez, em setembro de 2016, uma apresentação com PowerPoint, na qual apresentou o que chamou de "14 conjuntos de evidências" que apontavam para o nome de Lula no centro.