Chefe da Casa Civil de Tarcísio fala em fazer história e chama para ato com Bolsonaro

Por ARTUR RODRIGUES E ANA LUIZA ALBUQUERQUE

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O secretário da Casa Civil do Governo de São Paulo, Arthur Lima, fez uma postagem neste domingo (25) de chamamento para o ato desta tarde na avenida Paulista de apoio a Jair Bolsonaro (PL).

O ex-presidente acumulou declarações golpistas ao longo de seu mandato e agora é alvo de uma investigação da Policia Federal sobre uma trama golpista organizada em 2022 para impedir a posse do presidente Lula (PT).

Lima integra o primeiro escalão da gestão do governador bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos).

"Venha fazer história no Ato pela Democracia! Hoje (25/02), às 15h, junte-se a nós vestindo verde e amarelo para defender o estado democrático de direito. A participação organizada e respeitosa de todos é fundamental para fortalecer nossa democracia. Sua voz faz a diferença. Nos encontramos lá!."

O ato deste domingo tem como objetivo demonstrar força política de Bolsonaro e pressionar o STF (Supremo Tribunal Federal), que tem autorizado prisões e buscas em torno da investigação de uma trama golpista.

Já Tarcísio acumula seus altos e baixos na relação com o ex-presidente e com os bolsonaristas ao apostar num estilo mais ponderado e dialogar com opositores, sem deixar de comprar parte das pautas da extrema direita.

De acordo com aliados, caso ele discurse neste domingo, terá um tom moderado como de costume. O governador hospedou Bolsonaro no Palácio dos Bandeirantes para o ato.

Tarcísio é cobrado por aliados do ex-presidente a defendê-lo. Ele tem sido pressionado por não ter se manifestado publicamente a favor de Bolsonaro após a operação da Polícia Federal que o atingiu.

Ao contrário de Bolsonaro, Tarcísio buscou não comprar briga com os demais Poderes e, por isso, deputados bolsonaristas chegaram a duvidar da sua presença num ato que serve de resposta à investigação de golpismo e em que há risco de que surjam ataques à democracia.

Parte deles afirma acreditar que o governador não estará confortável no palanque, mas interlocutores de Tarcísio dizem que não há incômodo e que, sendo aliado de Bolsonaro, não poderia faltar a um ato importante. Na terça (20), Tarcísio não quis responder a jornalistas sobre o ato.