Cientista pol?tico analisa cenário de crise no Brasil
Cientista político analisa cenário de crise no Brasil
Professor da UFJF acredita em possível impeachment, mas afirma que atitude feita no cenário atual trará insegurança para futuros presidentes
Repórter
12/09/2015
A crise política e econômica instaurada no Brasil no primeiro ano do segundo mandato de Dilma Rousseff (PT) a frente do Governo Federal levantou várias dúvidas da população brasileira quanto à continuidade da presidente no poder. Na última pesquisa realizada pelo instituto Datafolha, apenas 8% dos entrevistados aprovavam o governo, enquanto 71% reprovaram e outros 20% o consideram "regular".
O tema tomou proporções maiores quando, no último dia 3 de setembro, o vice-presidente Michel Temer (PMDB), declarou ser "difícil" Dilma resistir ao restante do mandato com baixa popularidade. Em resposta, Dilma afirmou ao jornal Valor Econômico que não renunciaria e que acredita que o país sairá da crise.
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PR - Depende de que lado você olha. O aumento do dólar, por exemplo. Para as exportações brasileiras, é ótimo. Nos últimos três meses, a balança comercial voltou a ser superavitária porque ficou mais fácil exportar e mais difícil importar. Para a inflação isso não é bom, porque com frequência, tem alguma implicação. Vários economistas argumentam que a nossa moeda estava durante muito tempo sobrevalorizada, como o Bresser Pereira. Ele dizia que o principal problema da nossa economia era esse, que dificultava a vitalidade da exportação e da capacidade econômica. O aumento do dólar tem um lado que pode não ser ruim, reequilibrando a possibilidade de inserção de exportações brasileiras no cenário internacional. Como isso se ajustará, ninguém tem certeza.
Em relação as agências, enquanto duas mantiverem o Brasil como grau de investimento, não há problema. O problema é se duas, das três grandes, rebaixarem, e aí uma série de fundos não podem aplicar recursos no país. Isso é conjuntura e pode ser que daqui um ano se recupere. É bom lembrar que o grau de investimento foi conquistado em 2008. Então, há um certo oportunismo no discurso da oposição de que o PT foi o responsável pela perda do grau de investimento, mas quando ele foi responsável por ganhá-lo também, depois de seis anos do governo Lula. Parte do problema econômico é alarmado pelo discurso dos segmentos eleitoral e político que o fazem.