MPMG faz recomendações à Prefeitura de Viçosa sobre gestão de dois hospitais

Medida foi tomada com base em um relatório que apontou uma série de descumprimentos de obrigações por parte dos hospitais.

Por Redação

Ministério Público de Minas Gerais

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) expediu uma Recomendação à Prefeitura de Viçosa para implantar ajustes na gestão, participação social, acompanhamento e monitoramento de contratos firmados com os hospitais São João Batista e São Sebastião. Esta medida foi tomada com base em um relatório de auditoria do Sistema Único de Saúde (SUS), publicado após a instauração de um processo administrativo de acompanhamento de políticas públicas pelo MPMG. As inspeções do SUS envolveram o biênio 2022-2023.

De acordo com o órgão, o relatório da auditoria apontou uma série de descumprimentos de obrigações por parte dos hospitais, que são geridos por entidades privadas com recursos públicos das três esferas. A prefeitura, responsável pela fiscalização, se omitiu no acompanhamento e não implementou completamente as comissões da sociedade civil para averiguar as atividades. Além disso, o poder público local não aplicou sanções nos casos de desobediência às cláusulas acordadas.

Nos dois anos analisados pela auditoria, houve diversas interrupções nos atendimentos do pronto-socorro do Hospital São Sebastião para usuários do SUS. Nesses casos, a prefeitura poderia reduzir os repasses, o que não aconteceu. O relatório de gestão de 2022 foi omisso quanto ao recebimento de emendas parlamentares para a gestão dos hospitais, e os planos de trabalho dessas emendas não tiveram a prestação de contas apresentada. O Conselho Municipal de Saúde (CMS), órgão de participação social que deveria fiscalizar o funcionamento das unidades, se omitiu quanto ao fechamento de leitos de UTI e das interrupções no atendimento.

Diante deste quadro, a Recomendação enumerou 11 medidas de gestão prioritárias. Pelo texto, a prefeitura deverá encerrar as avaliações de contrato em aberto, redigir o regimento interno das comissões de acompanhamento dos contratos (CACs) para que possam funcionar com autonomia, capacitar os membros dos CACs e aplicar sanções aos hospitais, quando necessário. O município deverá, ainda, reavaliar as prestações de serviço dos hospitais entre 2022 e 2023, cobrando ressarcimentos por infrações ou documentos que comprovem a execução integral dos compromissos.

A Recomendação prevê um prazo de 90 dias para ser implantada. A prefeitura pode recusar os termos apenas se comprovar com fundamentos e documentos, em até 15 dias, que medidas de resolução dos problemas já tenham sido tomadas de forma efetiva.