Empresários são presos por extorsão, lavagem de dinheiro e organização criminosa em Santos Dumont
Operação Verita Visus desmonta esquema com faturamento de quatro milhões.
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) prendeu, nessa segunda-feira (30), dois empresários, um homem de 30 anos e uma mulher de 26, em Santos Dumont, como parte da operação Verita Visus. Eles são suspeitos de extorsão, lavagem de dinheiro e participação em uma organização criminosa que teria faturado cerca de quatro milhões de reais.
As investigações começaram após denúncias feitas em delegacias de várias partes do país, com vítimas relatando extorsões cometidas pela empresa. Segundo a polícia, a empresa buscava nas redes sociais vendedores de produtos supostamente falsificados, obtendo informações pessoais sob o pretexto de interesse na compra. Posteriormente, um setor da empresa entrava em contato com os vendedores, exigindo pagamentos em acordos extrajudiciais para evitar a denúncia de crimes de violação de direitos intelectuais. Caso o pagamento não fosse feito, a empresa denunciava os perfis e conseguia retirá-los das plataformas.
O delegado Daniel Gomes de Oliveira destacou que esses acordos ilegais não isentariam as vítimas de responsabilidade criminal, e elas poderiam pagar duas vezes – tanto para a empresa, quanto em possíveis ações judiciais futuras.
Uma das vítimas foi uma artesã de Salvador, que anunciou uma caixa de papelão decorativa nas redes sociais e foi extorquida em R$ 1.600 pela empresa, após usar o escudo de um time de futebol sem autorização. Ao recusar o pagamento, ela teve sua página derrubada.
Os dois empresários foram presos após a Justiça decretar suas prisões preventivas e ordenar a suspensão das atividades da empresa, além do bloqueio das contas bancárias. Durante a operação, a polícia apreendeu computadores, celulares, livros de registros e um veículo de luxo. Ambos os presos estão à disposição da Justiça, e as investigações continuam para analisar o material apreendido.