Licitação do transporte público segue indefinida

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Licitação do transporte público segue indefinida Prefeitura de Juiz de Fora aguarda resposta do Tribunal de Contas do Estado para início do estudo que definirá o novo modelo do sistema de transporte

Aline Furtado
Repórter
23/12/2009

O ano de 2009 foi marcado por manifestações que ocasionaram a paralisação do transporte coletivo urbano de Juiz de Fora, por conta da campanha salarial de motoristas e cobradores. Outro fato relevante com relação ao transporte público foi a definição de um cronograma do processo licitatório, o qual prevê a reestruturação do sistema. Entretanto, o momento agora é de espera. Isso devido à licitação que foi suspensa. O processo escolheria a empresa responsável por traçar um estudo sobre as condições atuais e as necessidades do transporte na cidade, o que serviria como base para o processo licitatório do transporte coletivo urbano.

Em agosto, foi determinada a paralisação do processo de estudo sob alegação de suspeita de fraude. De acordo com informações da assessoria de comunicação da Secretaria de Transportes e Trânsito (Settra), em outubro, a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) enviou ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) recurso contra a interrupção e ainda aguarda resposta, a fim de que sejam iniciados o estudo e os trabalhos de pesquisa para definir o modelo de transporte público a ser adotado pela cidade.

O secretário de Transporte e Trânsito, Márcio Gomes Bastos, afirma que, embora não exista um prazo para que o TCE se manifeste, existe uma expectativa com relação à resposta. "Temos o firme propósito de realizar a reestruturação do sistema de transporte público. Sabemos que é preciso evoluir e modernizar. O usuário dever ter o que há de melhor."

O procurador Geral do Município (PGM), Gustavo Vieira, vê a demora com frustração. "Este é um processo que necessita de urgência devido a sua relevância para a população, e a lentidão nos deixa insatisfeitos." Ele destaca que o estudo é fundamental para que sejam definidos os padrões a serem adotados no processo licitatório. "Enquanto a consultoria não for realizada não há como trabalhar na licitação. É impossível licitar o transporte público da forma como funciona hoje."

Valores

Embora o Ministério Público (MP), por meio da Promotoria de Defesa dos Direitos do Consumidor, tenha contestado, em dezembro, a apuração do valor da tarifa de ônibus em Juiz de Fora feita pela perícia judicial, não há previsão de reajuste a ser repassado aos usuários. "Estamos aguardando a decisão final da juíza da Vara da Fazenda Pública Municipal. Uma nova perícia está sendo realizada com base, inclusive nas contestações apresentadas pela PJF e pela Associação Profissional das Empresas de Transporte de Passageiros de Juiz de Fora (Astransp)." No estudo apresentado pela perícia judicial, ficou constatado que a tarifa poderia custar até R$ 1,82 no ano de 2009.

Retrospectiva

Os textos são revisados por Madalena Fernandes