Novas subvariantes do coronavírus acendem alerta sobre prevenção

Ministério da Saúde recomendou neste domingo (13) a retomada do uso das máscaras e reforça a orientação de atualização do esquema vacinal para enfrentar nova onda da doença que já impacta o cenário internacional

Por Renan Ribeiro Ferreira

Recomendação é de que as pessoas que ainda não tomaram a dose de reforço compareçam aos postos de vacinação

As vacinas contra a Covid-19 para crianças de 6 meses a 2 anos ainda não chegaram à Juiz de Fora. Segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES), as primeiras 95 mil doses do imunizante, voltada para a aplicação em três etapas para esse público, chegaram na última sexta-feira (11), mas ainda não foi anunciada data para a disponibilização da fórmula para as crianças. Diante do aumento no número de contágios pelo vírus e da identificação da presença subvariantes da ômicron , a BQ.1 e a XBB, no Brasil, que já estavam presentes na Europa, na China e nos Estados Unidos, o Ministério da Saúde voltou a recomendar o uso de máscaras, no último domingo (13). Especialmente para pessoas com fatores de risco para complicações da Covid-19, em especial imunossuprimidos, idosos, gestantes e pessoas com múltiplas comorbidades.

A Secretaria de Saúde de Juiz de Fora informou por meio de nota, que ainda não há previsão de chegada para os imunizantes das crianças de 6 meses a dois anos na cidade. No entanto reitera que a campanha de vacinação continua ocorrendo em diversos pontos da cidade, facilitando o acesso da população. “Orientamos aos pais e responsáveis que levem os pequeninos para completar o cronograma vacinal. As crianças de três e quatro anos podem se vacinar em quatro UBSs, Cidade do Sol, Nossa Senhora Aparecida, Bandeirantes e Teixeiras, enquanto os pequeninos de cinco a 12 anos de idade, podem procurar a unidade mais próxima para receber os imunizantes. O Departamento de Saúde da Mulher, Gestante, Criança e do Adolescente (DSMGCA), também aplica os imunizantes para crianças de três a 12 anos de idade.”.

De acordo com o Ministério da Saúde, mais de 69 milhões de brasileiros ainda não voltaram aos postos para receber a primeira dose de reforço da vacina contra a Covid-19, segundo dados do Programa Nacional de Imunizações (PNI). Outras 32,8 milhões de pessoas poderiam ter recebido a segunda dose de reforço contra a doença, mas ainda não se vacinaram. Os imunizantes estão disponíveis em mais de 38 mil postos de vacinação em todo país.

Em função desse contexto, segundo o coordenador do projeto JF Salvando Todos da UFJF, Marcel Vieira, a principal orientação é a atualização do esquema vacinal. “Muitas pessoas receberam a primeira dose, a segunda dose, mas depois relaxaram em relação às doses de reforço. A terceira e a quarta doses tiveram uma adesão muito menor em relação à primeira e a segunda. Existem muitas pessoas que estão com a vacina atrasada e, com isso, elas correm um risco maior de contraírem a doença e de serem acometidas por casos mais graves.”

De acordo com o professor, é importante que as pessoas voltem a usar máscaras, ainda que temporariamente, sobretudo, em locais fechados, com a ventilação ruim ou no qual estejam e permaneçam muitas pessoas.

O papel da vacinação, de acordo com Marcel Vieira, continua fundamental. “Sabemos que, assim que começamos a vacinar a população, nós começamos a controlar melhor a pandemia. O desenvolvimento da vacina foi um marco no combate à pandemia, fez toda a diferença.” Para ele, nesse momento, em que temos subvariantes novas, que vêm causando problema em outros países, na América do Norte e na Europa, que a gente já começa perceber sinais de aumento no número de casos e do número de internações em algumas regiões do país, como São Paulo, por exemplo, é importante que, que esses, grupos, ainda não atendidos pelas vacinas, como as crianças de seis meses a partir de seis meses de idade, que recebam o quanto antes os imunizantes.

Um terceiro passo, conforme Marcel, é a necessária a avaliação da necessidade de uma quinta dose, ou uma terceira dose de reforço, algo que já é discutido no Brasil, mas depende ainda do desenvolvimento de uma política nacional.

“Nós precisávamos já estar comprando a segunda geração de vacinas que vem sendo aplicadas em outros países. Uma vacina que já está preparada para lidar com outras variantes do novo coronavírus. É essencial esse olhar em relação às vacinas. Resumindo: Quem está com o sistema vacinal atrasado, precisa colocar em dia; é necessário disponibilizar o quanto antes vacinas para crianças de 6 meses de idade ou mais; avaliar a oferta da terceira dose de reforço ou de uma quinta dose e, por fim, comprar o quanto antes a segunda geração de vacinas para que ela seja colocada à disposição da população brasileira”, resume.