Hospital Universitário utiliza método que agiliza diagnóstico da tuberculose, em Juiz de Fora

Laboratórios macrorregionais de Minas Gerais já realizam testes.

Por Redação

Hospital Universitário utiliza método que agiliza diagnóstico da tuberculose, em Juiz de Fora

O Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (HU-UFJF), sob a gestão da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), adotou um método denominado OKDPR-TB (RRTB) para diagnóstico mais rápido da tuberculose. A tecnologia está em fase de prova de conceito na Embrapa e possui patente requerida, sendo também avaliada em outros laboratórios de Minas Gerais.


Entenda como funciona

De acordo com o HU, o método OKDPR-TB proporciona o pH ideal para o desenvolvimento do Mycobacterium tuberculosis, principal agente da tuberculose, permitindo sua aplicação em diferentes amostras além do escarro. Além disso, melhora a qualidade das cepas isoladas, facilitando a identificação precisa da espécie e contribuindo para um processo mais eficaz de diagnóstico.

O autor do estudo, Ronaldo Rodrigues, que é farmacêutico-bioquímico do hospital, explica que a OKDPR-TB permite que "diversos espécimes clínicos embebidos em swab de algodão e descontaminados em uma solução de hidróxido de sódio (NaOH) sejam cultivados em meio Löwenstein Jensen (LJ), por utilizar uma etapa de neutralização do potencial de hidrogênio (pH) entre as etapas de descontaminação e semeadura.”

Os benefícios do método OKDPR-TB (RRTB) já são evidentes na prática laboratorial do hospital. A nova metodologia proporcionou maior autonomia ao laboratório, que agora utiliza o OKDPR-TB para todas as amostras pulmonares, incluindo escarro, secreção traqueal e lavado brônquico. Anteriormente, eram empregadas as técnicas Ogawa para escarro e Petroff para secreção traqueal e lavado brônquico. Além disso, a tecnologia oferece menor exposição para os operadores, ampla abrangência e melhor qualidade dos isolados.

Desenvolvida em parceria com a Embrapa, a tecnologia está em fase de prova de conceito e já teve patente requerida. Atualmente, está sendo testada nos laboratórios macrorregionais de Minas Gerais, liderados pela Universidade Federal de Juiz de Fora em colaboração com a FHEMIG e a Funed, com apoio da Fapemig. O objetivo é validar o método para diagnóstico de tuberculose extrapulmonar, tuberculose zoonótica por Mycobacterium bovis (um agente mais raro da tuberculose) e micobacterioses não tuberculosas.

O próximo passo é apresentar a metodologia ao Ministério da Saúde e à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para que ela possa ser incorporada ao Sistema único de Saúde (SUS) e às rotinas dos serviços de saúde.


Saiba mais sobre o trabalho

O estudo que originou o método OKDPR-TB (RRTB) recebeu o título "“Desenvolvimento e avaliação de um novo método rápido, eficiente e de baixo custo de descontaminação e cultivo de Mycobacterium tuberculosis em escarro e outros espécimes clínicos". Em março, esse trabalho foi destacado no jornal "The Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene", o que resultou em uma apresentação dos seus resultados em uma transmissão ao vivo organizada pelo periódico, em comemoração ao Dia Mundial da Tuberculose, celebrado em 21 de março. 


Sobre a Ebserh

Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, como a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), apoiando suas atividades. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.