Obesidade

Por

Thaís Coutinho 20/3/2010

Obesidade

O que é a obesidade?

A obesidade hoje é considerada uma doença e caracteriza-se pelo excesso de gordura no corpo, representando um dos grandes problemas de saúde pública no mundo inteiro.

Como se desenvolve ou se adquire?

Nas diversas etapas do seu desenvolvimento, o organismo humano é o resultado de diferentes interações entre o seu patrimônio genético (herdado de seus pais e familiares), o ambiente socioeconômico, cultural e educativo e o seu ambiente individual e familiar. Assim, uma determinada pessoa apresenta diversas características peculiares que a distinguem, especialmente em sua saúde e nutrição.  

Independente da importância dessas diversas causas, o ganho de peso está sempre associado a um aumento da ingesta alimentar e a uma redução do gasto energético correspondente a essa ingesta. O aumento da ingesta pode ser decorrente da quantidade de alimentos ingeridos ou de modificações de sua qualidade, resultando numa ingesta calórica total aumentada. O gasto energético, por sua vez, pode estar associado a características genéticas ou ser dependente de uma série de fatores clínicos e endócrinos.

O que se sente?

O excesso de gordura corporal não provoca sinais e sintomas diretos, salvo quando atinge valores extremos. Independente da severidade, o paciente apresenta importantes limitações estéticas, acentuadas pelo padrão atual de beleza, que exige um peso corporal até menor do que o aceitável como normal.

Pacientes obesos apresentam limitações de movimento, tendem a ser contaminados com fungos e outras infecções de pele em suas dobras de gordura, com diversas complicações, podendo ser algumas vezes graves. Além disso, sobrecarregam sua coluna e membros inferiores, apresentando a longo prazo degenerações (artroses) de articulações da coluna, quadril, joelhos e tornozelos, além de doença varicosa superficial e profunda (varizes).

Como se faz o diagnóstico?

A forma mais amplamente recomendada para avaliação do peso corporal em adultos é o IMC (índice de massa corporal), recomendado inclusive pela Organização Mundial da Saúde.

Quais são os tipos de obesidade?

Obesidade Andróide ou Troncular - apresenta uma forma corporal tendendo a maçã. Está associada com maior deposição de gordura visceral e se relaciona intensamente com alto risco de doenças metabólicas e cardiovasculares.

Obesidade Ginecóide - na qual a deposição de gordura predomina ao nível do quadril, fazendo com que o paciente apresente uma forma corporal semelhante a uma pêra. Está associada a um risco maior de artrose e varizes.

Como se trata?

O tratamento da obesidade envolve necessariamente a reeducação alimentar, o aumento da atividade física e, eventualmente, o uso de algumas medicações auxiliares. Dependendo da situação de cada paciente, pode estar indicado o tratamento comportamental envolvendo o psiquiatra.

Independente do tratamento proposto, a reeducação alimentar é fundamental, uma vez que, através dela, reduziremos a ingesta calórica total e o ganho calórico decorrente. Esse procedimento pode necessitar de suporte emocional ou social, através de tratamentos específicos (psicoterapia individual, em grupo ou familiar).  

Dentre as diversas formas de orientação dietética, a mais aceita cientificamente é a dieta hipocalórica balanceada, na qual o paciente receberá uma dieta calculada com quantidades calóricas dependentes de sua atividade física.

Exercício físico

É importante considerar que atividade física é qualquer movimento corporal produzido por músculos esqueléticos que resulta em gasto energético e que exercício é uma atividade física planejada e estruturada com o propósito de melhorar ou manter o condicionamento físico. O exercício apresenta uma série de benefícios para o paciente obeso, melhorando o rendimento do tratamento com dieta.

  • Diminui o apetite
  • Aumenta a ação da insulina
  • Melhora o perfil de gorduras
  • Melhora a sensação de bem-estar e autoestima

Como se previne?

Uma dieta saudável deve ser sempre incentivada já na infância, evitando-se que crianças apresentem peso acima do normal. A dieta deve estar incluída em princípios gerais de vida saudável, na qual se incluem a atividade física, o lazer, os relacionamentos afetivos adequados e uma estrutura familiar organizada. No paciente que apresentava obesidade e obteve sucesso na perda de peso, o tratamento de manutenção deve incluir a permanência da atividade física e de uma alimentação saudável a longo prazo. Esses aspectos somente serão alcançados se estiverem acompanhados de uma mudança geral no estilo de vida do paciente.

Recomendações nutricionais

Recomendações gerais:

  • Iniciar as refeições de preferência com uma salada crua,
  • Preferir preparações cozidas, assadas ou grelhadas,
  • Não substituir refeições por lanches rápidos,
  • Fracionar em 5 a 6 vezes por dia a alimentação,
  • Diminuir o volume das refeições,
  • Mastigar bem os alimentos,
  • Utilizar adoçante em quantidades mínimas,
  • Fazer uso moderado de óleos vegetais nas preparações,
  • Evitar ingerir líquidos em excesso durante as refeições principais (desjejum, almoço e jantar).

Preferir:

  • Hortaliças: acelga, agrião, berinjela, couve pepino, beterraba, pimentão, quiabo, vagem entre outras (Ingeri-las cruas, cozidas, grelhadas ou em forma de salada. Temperá-las com vinagre ou limão)
  • Frutas: melancia, abacaxi, melão, tangerina, laranja, lima, carambola, maça entre outras. (Evitar os sucos preferindo asa frutas com bagaço. Utilizar frutas ou gelatinas nos lanches e sobremesas)
  • Leguminosas: Feijão, grão de bico, lentilha, ervilha entre outros.
  • Cereais: O uso de arroz deve ser moderado, dando preferência aos integrais.
  • Leite e derivados: Dar preferência ao leite desnatado. Utilizar queijos magros (minas frescal, ricota, cottage)
  • Carnes: frango, peru, pescados, retirando a pele antes da cocção. As preparações devem ser assadas, cozidas ou grelhadas.

Evitar:

  • Jejuns forçados,
  • Bebidas alcoólicas e refrigerantes,
  • Alimentos de alto valor calórico, como biscoitos recheados, macarrão, pizza, bombons, doces, salgadinhos.
  • Alimentos excessivamente gordurosos como, feijoada, mocotó, dobradinha,
  • Carnes salgadas e defumadas,
  • Açúcar, mel, rapadura, melaço,
  • Embutidos como, salame, presunto, salsicha, calabresa,
  • Enlatados como, sardinha, patê,
  • Condimentos como, maionese, catchup, mostarda, pimenta e molhos concentrados em sal,
  • Frituras,
  • Alimentos achocolatados,
  • Dietas “milagrosas”
  • Uso de medicação sem orientação


Thaís Coutinho é Nutricionista e Personal Diet