Pessoa com afasia pode se tornar incapaz para ler e para escrever
A escrita na pessoa com afasia
A escrita é importante na maneira de pensar, de estudar, de reescrever como aprimoramento de comunicação. Diferente da fala, na maioria das pessoas, precisa de mais motivação para acontecer. Não é simples compreender os mecanismos da linguagem no processo de escrita. No caso de pessoas com afasia, o entendimento é mais complexo em função das mudanças intelectuais e sociais que a pessoa enfrenta, especialmente em relação ao espaço que ocupava na vida antes da afasia.
A pessoa com afasia pode se tornar incapaz para ler e para escrever. Mesmo que, para algumas delas, possa ocorrer perda parcial, o impacto da afasia pode causar frustração, tristeza e até depressão pela impossibilidade de realizar tarefas anteriormente rotineiras. Ela tem consciência do seu déficit e se deprime com facilidade. Aparece o conflito entre a pessoa de antes e agora não mais a mesma, diferente do que era. A família participa de toda essa mudança abrupta entre a saúde e a doença e também sofre com a nova dinâmica de vida que terá que enfrentar. Vale lembrar que a afasia afeta a vida das pessoas de maneiras diferentes pelas condições neurológicas e socioculturais individuais.
O fonoaudiólogo ao tornar-se presente no tratamento, deve ajudar o cliente na intenção do que ele deseja dizer ou escrever, como interlocutor que compreende suas dificuldades nos processos de leitura e escrita. Ao analisá-las, pode introduzir mecanismos alternativos para superá-las. Na verdade, o fonoaudiólogo deve fazer o papel de coautor nos textos do cliente ou da cliente e, juntos, vão construindo nova linguagem, propiciando novos diálogos. Esse mecanismo surte efeito positivo e bastante interessante no processo terapêutico.
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Cal Coimbra
é psicóloga e doutora em Fonoaudiologia.