Fisioterapia inova em tratamento com videogame
Fisioterapia inova em tratamento com videogame Lesões musculares, problemas posturais, traumas ortopédicos e distúrbios neurológicos podem ser tratados com Nintendo Wii
*Colaboração
9/9/2009
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As sessões de fisioterapia agora utilizam uma nova ferramenta para o tratamento dos pacientes: o videogame Nintendo Wii. Segundo o especialista em posturologia e ortopraxia Anderson Daibert, a tendência é que a realidade virtual seja, cada vez mais, aplicada na fisioterapia. Em Juiz de Fora, o recurso foi introduzido há cerca de três meses.
Com o auxílio da tecnologia, os fisioterapeutas podem trabalhar de forma mais agradável e motivacional a recuperação dos pacientes. De acordo com o fisioterapeuta, com o estímulo visual, a sensação de prazer interpretada pelo cérebro é maior, o que melhora a autoestima e a satisfação do paciente. "O profissional observa como a pessoa pratica o jogo e adapta o tratamento", ressalta Daibert.
Conforme Daibert, o videogame deve ser utilizado como um recurso da posturologia. A técnica também auxilia nos problemas biomecânicos, como dores na coluna, distúrbios de envelhecimento que influenciam no equilíbrio e nas reações, organização dos movimentos oculares, labirintite, traumas ortopédicos, recuperação de lesões musculares e traumas neurológicos.
Para o fisioterapeuta Marcelo Zanirato, que utiliza amplamente o videogame, os resultados são significativos. "Já tratamos uma bailarina, um tenista e um nadador, além das pessoas com problemas posturais e em recuperação de cirurgias. Com três semanas, o paciente alcança avanços que na fisioterapia tradicional demoraria de dois a três meses."
O estudante Diogo de Paula Valle, 19 anos, faz fisioterapia há dois meses. Ele sofreu uma lesão medular e o profissional está utilizando o Nintendo Wii no tratamento. "Nas sessões, pratico exercício de equilíbrio com o videogame. A vantagem é que faço um esforço brincando." Diogo afirma que sua progressão de controle de tronco excedeu as expectativas, pois, segundo ele, é possível esquecer a dor e se distrair.
Atenção
Zanirato destaca que é imprescindível o acompanhamento de um profissional. "O videogame é apenas uma forma de tratamento. O paciente começa com exercícios mais leves e quando se sente mais seguro parte para atividades específicas."
Ele comenta o caso de um paciente que sofreu uma ruptura de tendão e ficou 45 dias parado. "Ele não conseguia escovar os dentes e vestir uma camisa. Na sétima sessão, estava sentindo apenas dores musculares. Com a interação na tela, a pessoa executa movimentos considerados difíceis, esquece a dor e se concentra em alcançar o objetivo."
No entanto, a atividade em excesso pode trazer malefícios à saúde. Zanirato alerta aqueles que buscam apenas diversão no videogame. "Se não houver cuidado, lesões podem ser provocadas. Quem brinca o dia inteiro no simulador de tênis, por exemplo, está apto a ter as mesmas lesões que um tenista tem. Até pior, pois, com o controle remoto, a pessoa não tem noção de força, como um esportista."
*Pablo Cordeiro é estudante do 9º período de Comunicação Social da UFJF
Os textos são revisados por Madalena Fernandes