Juiz-foranos devem ficar atentos para o aparecimento de caramujos africanos

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Juiz-foranos devem ficar atentos para o aparecimento de caramujos africanos Transmissão de doenças não foi comprovada, mas o alerta deve ser feito porque o caramujo vive em locais de contaminação, como lixos, esgoto e matagal

*Eliza Granadeiro
Colaboração
24/1/2011

Logo após o período das chuvas, aumentam as possibilidades do aparecimento de caramujos africanos nas residências. Apesar de fazerem parte do ciclo de duas verminoses, não é comprovado que o animal transmita doenças às pessoas. Mesmo assim, o alerta é feito porque o caramujo vive em locais contaminados, como lixo, esgoto e matagal.

O veterinário e responsável pelo Setor de Zoonoses da Prefeitura, José Geraldo de Castro Filho, explica que o caramujo africano faz parte do ciclo de duas verminoses, conhecidas como angiostrongilíase abdominal e meningoencefálica, e o receio é de que eles possam fazer parte de outros ciclos e causar doenças. "Os animais são encontrados em lugares de contaminação, como depósitos de lixo, esgoto e locais com mato. Quem os encontrar deve eliminá-los junto com os ovos", recomenda.

Castro esclarece que como os animais foram trazidos da África para o Brasil, não há, por aqui, predadores naturais que possam controlá-los. "Como são moluscos, eles tem necessidade de manter o corpo umedecido, por isso, costumam aparecer com mais incidência no período de chuvas", afirma. As pessoas devem usar luvas ou sacos plásticos ao lidar com os animais porque eles eliminam uma secreção que não deve entrar em contato com a pele humana. É importante proteger os olhos para que a secreção ou pedaços dos animais não os atinjam.

"Sempre usando luvas ou sacos plásticos, as pessoas devem recolher o caramujo, colocá-los dentro de um latão e amassá-los. Pode-se também jogar cloro ou sal dentro do latão, antes de amassá-los." Ele recomenda ainda que os ovos também sejam descartados. Para isso, o ideal é utilizar uma vassoura, como as usadas para remover grama, e retirar os ovos que estejam no solo.

Castro diz que muitos trabalhos científicos são realizados, alguns inclusive na Universidade Federal de Juiz de Fora, para descobrir os efeitos dos animais. "Os juiz-foranos devem ficar atentos aos lugares propícios ao aparecimento do caramujo. Assim, a educação das pessoas para que não acumulem lixo e mato, no quintal, é muito importante", completa. O veterinário declara também que os juiz-foranos podem ligar para a Secretaria de Saúde, caso encontrem locais que favoreçam a proliferação do caramujo, como terrenos baldios.

*Eliza Granadeiro é estudante do 6° período de Comunicação Social

Os textos são revisados por Thaísa Hosken