Servidores estaduais de saúde entram em greve
Servidores estaduais de saúde entram em greve
*Colaboração
Os servidores do sistema de saúde de Minas Gerais deflagraram greve nesta quinta-feira, 14 de junho, em todas as unidades do Estado. Em Juiz de Fora, a Gerência Regional da Saúde (GRS), o Hospital Regional Doutor João Penido e o Hemominas estão com apenas 30% do serviço em funcionamento, conforme determinação legal. A paralisação envolve as 22 unidades da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig). Uma manifestação foi realizada no Centro da cidade na manhã desta quinta para consolidar o movimento e prestar esclarecimentos à população.
A decisão foi tomada com base nas últimas assembleias realizadas pelo Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde de Minas Gerais (Sind-Saúde/MG) e confirmada pela falta de negociação com o governo. "Ontem tivemos uma reunião com representantes da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais [SES-MG] e não houve avanço no atendimento às reivindicações. A greve foi decidida e será mantida por tempo indeterminado", explica a diretora do Sind-Saúde, Maria Lúcia Barcellos.
Um dos principais motivadores da greve diz respeito ao reajuste de 65% oferecido pela SES-MG aos médicos do Estado. "Nós precisamos de melhoria salarial e já estamos em luta há quase um ano e não fomos atendidos. O profissional médico merece o reajuste, mas os outros servidores da saúde também precisam ser contemplados." Segundo a diretora, enfermeiros, técnicos em enfermagem, profissionais do serviço social, entre outras profissões de equipes multidisciplinares, compõem o corpo de paralisação.
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O sindicato exige, além do reajuste salarial igualitário, que o governo forneça melhores condições de trabalho, mão de obra suficiente para atender às demandas das unidades de saúde e pagamento dos direitos trabalhistas, como adicional noturno e de urgência e emergência. "As condições em Juiz de Fora estão sucateadas, assim como no resto do Estado. Precisamos melhorar o atendimento e quem mais sofre com essa situação é a própria população", comenta o delegado sindical do Sind-Saúde em Juiz de Fora, Valtencir Oliveira.
Para exemplificar a situação, Maria Lúcia comenta que ficou chocada com uma situação presenciada na manhã desta quinta no Hospital João Penido. De acordo com a sindicalista, pessoas chegaram até o local em estado crítico e não obtiveram o atendimento adequado. "Não existiam profissionais da saúde suficientes para atender à demanda. Observamos, ainda, a falta de medicamentos essenciais, além de várias irregularidades de forma geral."
Uma nova reunião entre representantes do sindicato, da SES-MG e da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão de Minas Gerais (Seplag) está marcada para a próxima terça-feira, 19. A assembleia que definirá os rumos da greve será no dia seguinte, na sede do sindicato, em Belo Horizonte.
*Nathália Carvalho é estudante do 8º período de Comunicação Social da UFJF
Os textos são revisados por Mariana Benicá