Campanha #UmAnjoParaBella estimula cadastro em banco de doação de medula
Campanha #UmAnjoParaBella estimula cadastro em banco de doação de medula
Isabella, 5 anos, aguarda doador pelo banco nacional Redome. Famílias de Bella e Paulinho se conheceram nos corredores do hospital
Repórter
14/08/2015
Enquanto a família de Isabela Vilela recebia o primeiro diagnóstico que detectou Leucemia Linfóide Aguda (LLA) de baixo risco na menina de apenas 4 anos e quatro meses, os pais de Paulo Sérgio, o Paulinho, enfrentavam os efeitos colaterais do primeiro ciclo de quimioterapia do filho. Nos corredores do hospital foi inevitável as histórias não se cruzarem. Para afagar o momento de luta, as duas famílias de Juiz de Fora buscaram o consolo para a doença ao compartilharem a amizade que extrapolou os muros hospitalares. Dividiram tristezas, aprendizados e alegrias, que eram comemoradas com o mínimo de resultado positivo.
O primeiro ciclo de tratamento teve ótimo resultado para os dois casos, com remição da doença. Mas, com poucos dias de diferença as famílias receberam o segundo diagnóstico tão temido, que confirmava o retorno da leucemia em Paulinho e Bella. A notícia trazia ao mesmo tempo a certeza da necessidade de um transplante de medula óssea. A compatibilidade para quem não encontra doador na própria família, como ocorreu com Paulinho, que está em São Paulo realizando exames para receber a medula que será doada pelo irmão, é de uma em 100 mil pessoas. E, como Bella é filha única e não teve confirmação de parente compatível, sua esperança está na busca pelo doador, nos bancos de doação.
"Quando a doença se manifesta pela segunda vez, o transplante é a melhor opção para a cura. Até poderíamos tentar o tratamento quimioterápico, como outros casos que foram curados só com os ciclos de tratamento, mas a medicina prevê que quando a leucemia recaí pela segunda vez, é bem provável que retorne outras vezes, em intervalos de tempos menores, voltando mais agressiva, com o risco dela não entrar em remição novamente", explica.
- Curso de Automaquiagem – Projeto Lindas para Viver
- Capsulite Adesiva ou Ombro Congelado – O que é?
- Campanha de Multivacinação começa na próxima semana em Juiz de Fora
Para acompanhar a filha, Ione precisou pedir licença e o esposo tirar férias para se mudarem, temporariamente para a cidade paulista. Mesmo com mudança tumultuada e projetos profissionais e pessoais interrompidos, os pais de Bella não pensaram duas vezes quando surgiu a oportunidade de correrem atrás da cura da filha. "O tipo de transplante alogênico infantil não é feito em Juiz de Fora e o local mais próximo, referência neste tipo de procedimento, é São Paulo". Isabella foi inscrita no banco nacional de espera por um doador Redome e aguarda, como é dito na campanha, um anjo que traga a medula dourada dela.
Descoberta
A descoberta da doença de Bella aconteceu por acaso, em dezembro de 2013. O diagnóstico veio após o pedido de um hemograma de rotina, a pedido da pediatra, que descobriu uma anemia e ao investigar o porquê do problema, veio o diagnóstico da leucemia. A menina não chegou a apresentar nenhum sintoma específico. Isabella foi hospitalizada para iniciar o procedimento, resultando na remição da doença. Em agosto do ano passado, iniciou o período de manutenção da doença, mas, infelizmente, no final de maio deste ano, foi detectada uma baixa acentuada de hemoglobina e plaquetas, sendo constatado o retorno da leucemia.
Como doar medula?
Qualquer pessoa, entre 18 e 55 anos, pode se cadastrar como doador de medula óssea. Os interessados devem procurar a unidade do Hemominas de Juiz de Fora, na esquina da avenida Rio Branco com rua Barão de Cataguases, levando um documento original com foto. O cadastramento é feito de segunda a sexta, de 8h às 18h. Em caso de dúvidas, as pessoas podem ligar para (32) 3257-3117 ou 3257-3113.
No local, o futuro doador receberá orientação de como funcionam o cadastro e o transplante. Será colhida uma amostra de 5 ml de sangue, usada para fazer o exame, que terá o resultado codificado e cadastrado no Redome, o banco de dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Os doadores precisam manter os dados atualizados no site do Inca até completar 60 anos, para ser localizado em caso de compatibilidade.