Prefeitura assina contrato para inócio do projeto com Aedes aegypti modificado

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Prefeitura assina contrato para in?cio do projeto com Aedes aegypti modificado
Terça-feira, 11 de julho de 2017, atualizada às 17h55

Prefeitura assina contrato para início do projeto com Aedes aegypti modificado

Da redação

Na manhã desta terça-feira, 11 de julho, a Secretaria de Saúde assinou o contrato para o início da implantação do Projeto Aedes do Bem em Juiz de Fora. Com isto, a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) abre mais uma frente de ação no combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor de doenças como dengue, zika, chikungunya e febre amarela urbana e se torna a segunda cidade do Brasil e a primeira de Minas a utilizar esta tecnologia.

O projeto é uma parceria com a empresa Oxitec do Brasil, que criou um Aedes aegypti geneticamente modificado, conhecido popularmente como Aedes do Bem™, e já implantou o projeto nas Ilhas Cayman e no Panamá, e, no Brasil, em Piracicaba (SP), depois de testá-lo em bairros nas cidades de Jacobina e Juazeiro, na Bahia. A redução na quantidade do mosquito selvagem chegou a alcançar 99% em uma dos localidades de Juazeiro. “Esta é uma tecnologia inovadora e sustentável que irá se somar aos nossos trabalhos para proteger a população de Juiz de Fora”, afirma o prefeito de Juiz de Fora, Bruno Siqueira. “Nosso objetivo é proteger os habitantes de Juiz de Fora, diminuindo significativamente nos bairros selecionados a quantidade do mosquito transmissor dessas doenças”, afirma Jorge Espanha, diretor-geral da Oxitec do Brasil.

Na cidade, a Oxitec implantará um Posto Avançado, para onde os mosquitos geneticamente modificados produzidos na fábrica de Piracicaba (SP) serão trazidos. Aqui as pupas se transformarão em mosquitos adultos, que serão soltos nos pontos epidemiologicamente estratégicos. “Agora chegou a vez de Juiz de Fora utilizar esta tecnologia inovadora e amiga do ambiente, que irá nos ajudar a mudar o jogo contra o Aedes aegypti. Nosso trabalho com as ferramentas atuais, que fazem parte do protocolo do Ministério da Saúde, continua, mas a chegada do Aedes do Bem™ irá possibilitar diminuirmos drasticamente a presença do mosquito onde a tecnologia será usada. E, onde não há mosquito, as doenças transmitidas por ele diminuem sensivelmente”, explica a secretária de Saúde, Beth Jucá.

Três bairros receberão o projeto

O projeto Aedes do Bem será implementado primeiramente em regiões dos bairros Monte Castelo, Santa Luzia e Vila Olavo Costa, impactando um total de 10 mil pessoas.

Os bairros foram escolhidos pela prevalência de casos notificados de dengue. Em 2016, somente no Santa Luzia, foram notificados 925 casos da doença, em Monte Castelo, 564, e na Vila Olavo Costa, 152. Nos próximos anos, o projeto Aedes do Bem será expandido e irá proteger 50 mil habitantes de Juiz de Fora.

O trabalho tem início com a conscientização da população sobre o projeto Aedes do Bem. Agentes de saúde da prefeitura e técnicos da Oxitec do Brasil irão visitar os moradores do local onde os Aedes do Bem! Serão liberados para explicar como o uso deles pode diminuir a quantidade dos mosquitos transmissores da dengue, zika, chikungunya e febre amarela urbana.

Material explicativo será distribuído, para esclarecer como funciona o projeto e a solução. Uma tenda com os mosquitos também será colocada nos bairros que serão tratados inicialmente, para que os moradores tenham contato direto com os insetos e possam conhecer mais sobre o projeto. O início das liberações do Aedes do Bem está previsto para dentro de dois ou três meses a partir de hoje. A expectativa é que, entre três e seis meses de liberação, o nível da população do Aedes aegypti selvagem comece a cair.

Como funciona o Aedes do Bem

Os Aedes do Bem são mosquitos machos que não picam e não transmitem doenças. Ao serem liberados, esses machos buscam e copulam com fêmeas selvagens do Aedes aegypti e seus descendentes herdam um gene autolimitante que faz com que morram antes de se tornarem adultos funcionais. Os descendentes do Aedes do Bem™ também herdam um marcador fluorescente que permite que eles sejam identificados no laboratório. Isto permite um nível de rastreamento e medição de impacto sem precedentes, levando a um acurado monitoramento e avaliação da eficácia durante todo o programa de uso do Aedes do Bem™. Diferentemente de outras abordagens, o Aedes do Bem™ não deixa pegada ecológica. O Aedes do Bem liberado no ambiente e seus descendentes morrem, portanto não persistem no ecossistema.


Com informações da PJF