Juiz de Fora possui 30 unidades do Grupo Alco?licos An?nimos
Juiz de Fora possui 30 unidades do Grupo Alcoólicos Anônimos
Levantamento da OMS mostra que 4,2% dos casos de transtornos psiquiátricos no Brasil estão relacionados ao consumo de bebida alcoólica
Repórter
10/09/2019
Os brasileiros consomem mais álcool do que a média mundial, conforme dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). No país, são consumidos 7,8 litros de álcool puro por pessoa a cada ano, contra a média global de 6,4 litros. O Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA) que levantou este panorama sobre o consumo de bebidas alcoólicas no Brasil, entre 2010 e 2017, também mostra índice de transtornos mentais relacionados ao consumo do álcool. O cenário alerta para o cuidado com pessoas alcoólatras, suscetíveis a quadros de depressão que podem levar ao auto-extermínio.
Como em todo o país, as unidades dos Alcoólicos Anônimos (AA), voltadas para a recuperação de alcoólatras, estão espalhadas por diversos bairros de Juiz de Fora. A organização apartidária e sem vínculos religiosos está dividida em 30 grupos pelo município, sendo 26 abertos ao público - Veja lista com endereço, dias e horários de funcionamento no final da matéria; e quatro fechados para membros. Na Igreja São Mateus também ocorre sempre às quartas-feiras o grupo Analon, voltado para os familiares dos alcoólatras.
Titulada como irmandade, o AA acolhe homens e mulheres que desejam compartilhar suas experiências, forças e esperanças a fim de ajudar uns aos outros na recuperação do alcoolismo. Não há necessidade de pagamento de mensalidades, cadastros ou fichas. Basta chegar no dia e horário da reunião.
O diretor administrativo da regional do AA, Jorge Brito, explica que o único requisito para se tornar membro é o desejo de parar de beber. “Seguimos os 12 passos que nos orientam para a recuperação do indivíduo. Tudo começa com admissão da sua impotência perante o álcool, a perda do domínio sobre a vida, a crença em um poder superior, que cada um possui, para devolver a sanidade; a entrega da vida a esse poder superior e o descobrimento de quem sou eu”, detalha. Ele completa que como não existem diretores, o grupo trabalha apenas com uma consciência coletiva.
Brito diz que participa dos grupos há 25 anos e afirma que a doença do alcoolismo não tem cura. “Ela é progressiva e comecei com poucas doses, até que perdi o total domínio da minha vida. Desde que comecei a frequentar venho todos os dias por ter a esperança de receber mais frequentadores desejando apoio”. Cada grupo atende em média de 15 a 20 pessoas.
Como diagnosticar?
Ao ser questionado sobre como detectar um alcoólatra, o diretor administrativo destaca que o diagnóstico é muito pessoal. “Mas, a pergunta que é possível de ser feita é_ Você consegue ficar um dia sem beber sem sofrer? Se sim, a pessoa tem predisposição”.
Outro espaço que pode auxiliar no diagnóstico preliminar é o site www.alcoolesaude.com.br, desenvolvido por especialistas da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), seguindo os princípios básicos da Health on the Net Foundation. Na plataforma, a pessoa consegue avaliar o quanto bebe e desenvolver planos para reduzir o consumo.
Lembrando que o site não substitui o atendimento realizado por um profissional de saúde. Assim, vinculado aos estudos do Centro de Pesquisa, Intervenção e Avaliação em Álcool e outras Drogas (CREPEIA), estão os atendimentos terapêuticos gratuitos, realizados pelo Departamento de Psicologia (CPA). A matéria divulgada pela ACESSA.com no início do mês detalha os serviços prestados pelo núcleo.
Depressões e alcoolismo
O consumo excessivo do álcool pode desencadear problemas mentais. O relatório do CISA mostra que entre 2010 e 2017 os transtornos psiquiátricos relacionados às bebidas tiveram uma leve diminuição: se antes 5,6% população sofria com ela, agora esse número é 4,2% (6,9% entre homens e 1,6% entre mulheres). Mesmo assim, os casos merecem total atenção, por agravarem quadros, levando até ao suicídio.
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