Morre paciente internado em Juiz de Fora com sintomas investigados pela SES-MG

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Quarta-feira, 8 de janeiro de 2020, atualizada às 17h35

Morre paciente internado em Juiz de Fora com sintomas investigados pela SES-MG

Da redação

O paciente que estava internado com sintomas investigados pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) morreu na noite de terça-feira, 7 de janeiro, no Hospital Santa Casa de Misericórdia, em Juiz de Fora. O óbito foi confirmado em nota publicada no site da SES-MG nesta quarta, 8. O homem, que é natural de Ubá, apresentava insuficiência renal aguda e alterações neurológicas.

Até 6 de janeiro de 2020, foram notificados sete casos suspeitos, com início de sintomas mais precoce datado de 19 de dezembro de 2019. São pacientes do sexo masculino, com idade entre 23 e 76 anos, cinco residem em Belo Horizonte, um em Ubá - óbito, e um em Nova Lima; seis deles internados em hospitais da região metropolitana de Belo Horizonte e um em Juiz de Fora. A média de dias entre o início dos primeiros sintomas e a internação foi de 2,5 dias. Todos com insuficiência renal aguda de rápida evolução (até 72 horas) e alterações neurológicas centrais e periféricas. Exames laboratoriais estão sendo realizados na Fundação Ezequiel Dias (FUNED) e ainda não há resultados conclusivos.

As investigações seguem seu curso, realizadas pela força tarefa composta por técnicos da SES-MG e Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS Minas), da Secretaria Municipal de Saúde de BH (CIEVS BH) e do Ministério da Saúde (EpiSUS). O grupo esteve reunido, desde às 9h desta quarta, 8, para alinhamento das informações e dados colhidos até o momento e definição dos trabalhos nos próximos dias.

Foram notificados dois novos casos: dois homens (56 e 64 anos de idade), moradores do bairro Buritis, que estão internados em hospital particular de Belo Horizonte. Dos nove casos notificados, um foi descartado pelo fato de não apresentar os mesmos sintomas dos demais e por ter doença renal prévia.

Histórico

As notificações tiveram início no dia 30 de dezembro de 2019, em Belo Horizonte. Em 31 de dezembro, foi notificado um segundo caso, com os mesmos sintomas de insuficiência renal aguda com alterações neurológicas, de um paciente internado em hospital de Juiz de Fora. A partir dessas informações, foi desencadeada uma investigação conjunta do CIEVS Minas e CIEVS BH com o objetivo de esclarecimento diagnóstico, e busca de novos casos.

Desde que foi notificada, a Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte afirma que acompanha e monitora os casos e investiga os aspectos clínicos, epidemiológicos e sanitários que envolvem a ocorrência. Essa investigação abrange, inclusive, ação dos fiscais sanitários na coleta de alimentos e demais produtos, para análise laboratorial, além de vistorias nos locais de aquisição desses produtos.

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informa que trabalha no levantamento de informações para verificar se o fato tem indícios de crime. As investigações estão em andamento, com a realização de entrevistas, comunicação com outras instituições públicas, entre outras providências pertinentes, primando por procedimentos científicos que permitam analisar se existe nexo entre os eventos e/ou vítimas. Até o momento, amostras de bebidas foram encaminhadas ao Instituto de Criminalística e estão sendo examinadas. Esclarece, ainda, que somente será instaurado inquérito policial se houver indicativos de ação criminosa. Outras informações serão divulgadas em momento oportuno.

Notificações

A SES-MG informa que devem ser imediatamente notificados (em até 24 horas) ao CIEVS BH (casos de Belo Horizonte) e CIEVS Minas (casos do restante do estado), pelo telefone e por e-mail, os casos ocorridos a partir de primeiro de dezembro de 2019 que iniciaram com sintomas gastrointestinais, que são: náusea e/ou vômito e/ ou dor abdominal, associados à insuficiência renal aguda grave de evolução rápida (até 72 horas) seguida de uma ou mais alterações neurológicas: paralisia facial, borramento visual, amaurose, alteração de sensório e paralisia descendente.