Relações humanas correm riscos constantes de encontros e desencontros

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Rela?es humanas correm riscos constantes de encontros e desencontros

Ana Stuart 5/4/2012

Encontros, desencontros e reencontros

Nosso cérebro acredita nas próprias ilusões, alimenta-as e as destrói numa fração de segundos, sem que ao menos tenhamos tempo de nos adaptar à situação anterior.

Como nas figuras onde uns enxergam vasos, outros rostos e outros ratos — tratando-se da mesma figura.

E assim se processam os encontros.

É quando naquele momento ambos estão enxergando pelo mesmo prisma.

Na teoria de que homens fortes buscam mulheres afetivas ou mulheres fortes, homens afetivos, observamos este mesmo fenômeno.

No jogo dos encontros as atitudes em sua plasticidade se encaixam.

E quem está de fora não entende nada. Acaba julgando, reprimindo ou escolhendo pelo outro.

Partindo do princípio da transitoriedade do mundo, as relações correm riscos constantes de encontros e desencontros. Tudo começa acabando.

A partir daí, precisamos trabalhar nossa vulnerabilidade emocional.

Assim como o músico precisa do calo nos dedos, precisamos do calo emocional que é o equilíbrio entre a razão e emoção. É muito doloroso e difícil, exige treino constante.

Implica em aceitar perdas, renunciar a uma vontade soberana, respeitar limites, ousar quando o medo nos aprisiona, ser mais forte que o próprio orgulho, calar quando a vontade é gritar, falar quando o silêncio é cruel.

É preciso muita coragem na arte do encontro e, se der tudo errado, talvez seja o momento de sair de cena — fortalecer-se para o reencontro consigo mesmo.

Encontro sintonia entre duas pessoas numa igualdade de emoções.

Desencontro melindre e perdas das melhores situações.

Reencontro perda de criaturas queridas que nos livrará de atitudes possessivas e apegos patológicos, tanto para quem parte, quanto para quem fica... E, então, o reencontro consigo mesmo e consequentemente com o outro "inteiro".

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Ana Stuart
é psicóloga e terapeuta familiar.