Agradadores Compulsivos
Agradadores Compulsivos
E com isso o compulsivo entra num processo de desligamento das próprias necessidades, como ocorre em todas as outras compulsões. Sendo um vicio que não e motivado fundamentalmente apenas para buscar aprovação, mas basicamente para evitar a reprovação.
No entanto, quando a pessoa chega à exaustão, ela entra num processo de ressentimento e cobranças, mudando totalmente o cenário, passando de agradadora para cobradora e vingadora. Imaginando que a vingança é a reparação do dano, vivendo desta forma em função de cobrar compulsivamente.
O mecanismo de libertação das compulsões passa pelo processo do bloqueio total ou da ressignificação. Diante das situações dolorosas e inevitáveis, o próprio cérebro passa pela flexibilidade de se distrair desfocando, ou rever - com todo cuidado - a situação desagradável.
No caso da distração, o mecanismo de defesa é o processo inverso: busca-se amigos, esportes que agradam, passeios, viagens, busca pelos familiares, evitando desta forma pessoas, lugares e pensamentos que remetam à dor.
Já no caso da ressignificação, a pessoa busca pensar na dor, na maioria das vezes de forma bastante cautelosa: tentando entender o ocorrido, as causas, as próprias reações, os benefícios secundários e possíveis consequências, tentando desta forma dar outro significado à situação. Ambas as formas são tentativas de elaborar o luto, podendo também vivenciar as duas formas concomitantemente.
É normal que em meio a todo este processo ocorram recaídas, afinal o prazer mesmo que doloroso será substituído pela monotonia, muitas vezes insuportável. Isto vale para qualquer compulsão. Ser agradador ou boazinha até com a gente mesmo requer sabedoria!
Ana Stuart
é psicóloga e terapeuta familiar.