Painel de C?ndido Portinari
Painel de Cândido Portinari
A obra que ajuda a contar a história da cidade,
é esquecida por muitos na correria do dia-a-dia
Colaboração
15/09/2007
Uma obra de arte de exatamente 4,48m de altura por 7,95m de largura, localizada no coração de Juiz de Fora. O tamanho impressiona, embora passe despercebido por muitos que transitam à sua frente todos os dias. Trata-se do painel "As Quatro Estações", do pintor brasileiro Cândido Portinari, localizado na esquina da Rua Halfeld com a Avenida Barão do Rio Branco.
O painel, datado de 1956, foi instalado na fachada do Edifício Clube Juiz de Fora, outro marco do modernismo na cidade, e encomendado pela Associação Civil do Clube Juiz Fora. O intuito era integrar arquitetura e artes plásticas, forte tendência dos anos 50.
Portinari criava os esboços a lápis e preparava as maquetes em tamanho reduzido. Em seguida, encaminhava seus desenhos a Osiarte, empresa que fabricava de forma artesanal a pintura dos azulejos em tamanho original.
"Quatro Estações" soma-se a outros 11 painéis em azulejo, formando um dos acervos a céu aberto mais impressionates do país. Os outros painéis estão localizados pelo estado de Minas Gerais, no Rio de Janeiro ou ainda, um na França.
As suas formas abstratas e curvilíneas passam a idéia de movimento. O azul e branco brincam coma idéia de positivo e negativo, fazendo com que nossos olhos corram por todo o painel.
Recentemente, a obra passou por uma restauração. A entrega do painel à população juizforana aconteceu na última quinta-feira, dia 13 de setebro, às 18h, numa cerimônia em frente ao monumento. O descerramento da placa foi feito pelo prefeito Alberto Bejani.
Hoje, após a restauração, já foi possível encontrar um segurança guardando a obra. O segurança Serafim Neves, acredita que a obra seja valiosa demais para estar exposta a céu aberto. "Acho que a maioria das pessoas só presta atenção agora por causa das reportagens. A maioria não sabe reconhecer o valor de uma obra de arte. Só sabem que é uma obra", ressalta.
Já o aposentado Roberto Silva, 64, aposta na importância da iniciativa. "Acho uma boa idéia. As pessoas tem que conhecer a história de Juiz de Fora. Se você pedir a uma criança que cante o hino da cidade, ela não saberá"
. Milton Maragon, 87, reafirma a idéia. "Ficou ótimo, muito bonito. Muita gente passa aqui e não sabe nem o que é isso"
, encerra.
*Fabricio Werneck é estudante de Jornalismo da UFJF