Em 1999, quando o estudante de Comunica??o Social, Rafael Saldanha,
entrou na universidade, ele n?o
imaginava que ficaria por l? uns bons anos. "Passei no Vestibular com apenas 18
anos e n?o estava acostumado com a liberdade do ambiente
Universit?rio. Freq?entava
mais a cantina do que a sala de aula", recorda. A partir de ent?o, o
resultado n?o poderia ser diferente: reprovado!
Justamente neste momento, a sua faculdade estava mudando de curr?culo e
desde o 3? per?odo, ele deveria ter se adaptado ? nova grade. Saldanha
explica que fez v?rias disciplinas desnecess?rias e somente no 5? per?odo
iniciou sua adequa??o.
Em 2003, o estudante foi aprovado no concurso do Banco do Brasil e teve que
optar entre a Faculdade e o trabalho. "Fui convocado para a cidade de Vi?osa
(MG), tranquei o per?odo com o objetivo de tentar uma transfer?ncia para
Juiz de Fora em seis meses". Contudo, os planos de Saldanha tiveram que ser
prorrogados, pois o estatuto do banco foi alterado e os pedidos de
transfer?ncia s? poderiam ser feitos com um ano de trabalho. A solu??o foi
esperar mais um semestre e atrasar mais um pouco a faculdade.
Em janeiro de 2004, Saldanha j? havia negociado a mudan?a para Santos
Dumont (MG), uma cidade mais pr?xima de Juiz de Fora, mas houve um bloqueio
por parte do Governo, antes mesmo que ela fosse formalizada. "N?o pensei
duas vezes: deixei o trabalho e voltei para a cidade disposto a me formar".
A determina??o de Rafael fez com que em apenas um ano e meio, ele conclu?sse
todo o curso e, inclusive, no dia da entrevista com o portal ACESSA.com, ele
havia acabado de terminar sua monografia. Satisfeito com o resultado,
o futuro jornalista acredita que atraso no curso foi v?lido para o seu amadurecimento e
crescimento profissional.
Assim como Saldanha, outros estudantes passam por uma s?rie de obst?culos
para chegar ao final da faculdade, como ? o caso do acad?mico de educa??o f?sica, Estev?o Garcia (foto ao lado). Ele se matriculou em 09/09/99, ?s 9 da manh?, e brinca que a
coincid?ncia nos n?meros teve influ?ncia direta na sua trajet?ria pela
Universidade Federal de Juiz de Fora. "Como vim de S?o Paulo, precisava
trabalhar para cobrir minhas despesas, portanto priorizava o trabalho e j?
cheguei a ter at? cinco empregos".
Garcia lamenta que desconhecia programas de apoio estudantil, como as bolsas para alimenta??o, moradia e transporte (veja no site da UFJF), fato que
dificultou sua estadia na cidade. "Com o passar do tempo, me engajei no
movimento estudantil e passei a ver com outros olhos a quest?o do trabalho".
Quando Estev?o vai se formar? Segundo ele, at? a reitora j? fez essa
pergunta, mas a previs?o ? para dezembro de 2005.
Outra situa??o semelhante aconteceu com o estudante de engenharia civil,
Eduardo Martins Vieira, que trabalhava durante oito horas di?rias e
assistia aulas ? noite. "Estou na faculdade desde 94 e agora tive que deixar
o emprego para concluir o curso. ? a minha ?ltima chance e n?o quero
perd?-la", garante.
O coordenador de programas de gradua??o da UFJF, J?lio Portela, alerta que
um estudante poder? permanecer na universidade o dobro de anos do tempo
m?nimo de seu curso, ou seja, se voc? faz uma faculdade de quatro anos, poder? permanecer durante oito anos nela. Ainda assim, uma outra chance ? dada ao aluno, a partir dos processos de
dilata??o de curso. Nesse caso, o estudante j? chegou ao prazo m?ximo
e a coordena??o verifica as possibilidades de estender esse per?odo, caso
haja interesse de ambas as partes. Portela adverte que a dilata??o s? ?
feita por meio justificativas, como trabalho, mudan?a da cidade, etc.
J? para trancamento de matr?cula o tempo m?ximo ? de dois anos. Esse
procedimento s? pode ser realizado uma vez, durante toda a faculdade.
*Renata Cristina ? estudante do 8? per?odo de Comunica??o
Social da UFJF