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Ricardo Corr?a
Rep?rter
24/11/05

O que existe em comum entre uma ida a um shopping e a realiza??o das provas de um vestibular? A princ?pio, nada. Mas essa vis?o s? dura at? quando se l? um dos artigos que a psico-pedagoga Eliana M. Balena Pereira publica no livro Div? para Vestibulandos, lan?ado neste m?s de novembro, no Anfiteatro Arnaldo Jansen, no pr?dio da Academia de Com?rcio, em Juiz de Fora.

? assim, com met?foras, compara?es e trocadilhos que Eliana trabalha em boa parte dos 44 textos presentes no livro, que tem como p?blico os professores, pais de alunos e, principalmente aqueles que v?o de fato realizar as provas em busca de uma vaga no ensino superior.

P?blico, geralmente, marcado pela tens?o, e ? exatamente neste um dos pontos que Eliana costumou tocar em tr?s anos publicando artigos. Foram exatamente estes textos, devidamente adaptados, que deram origem ao livro.

A id?ia de Eliana n?o ?, necessariamente, um manual de como passar no vestibular, mas pode dar boas dicas de como se portar diante de um dos maiores bichos-pap?es do desenvolvimento acad?mico. Ambiente prop?cio para frustra?es, desilus?es, tens?es exageradas e stress. Isso porque, segundo diz a pr?pria autora, a escola n?o prepara o aluno para lidar com os aspectos psicol?gicos que uma disputa t?o dif?cil pode causar.

"Os alunos n?o est?o preparados para lidar com a competi??o, com a frustra??o, com o nervosismo. Ele tem a preocupa??o de errar, mandar mal. E essas pequenas neuroses ? que costumam atrapalhar", diz a psic?loga, que ressalta que saber a mat?ria n?o ? o ?nico requisito para ser aprovado em tais processos de sele??o.

"Um aluno pode saber tudo e n?o passar. Porque precisamos se preocupar com tr?s fatores. Al?m da quest?o intelectual, existe tamb?m o lado f?sico e o lado psicol?gico. Essas tr?s coisas devem estar equilibradas.

Um dos aspectos importantes para que o lado psicol?gico esteja ajustado ? a presen?a da auto-confian?a. O que, ela ressalta, n?o tem nada a ver com ilus?o. Auto-confian?a significa confiar que pode passar, ap?s ter estudado e se dedicado. Contar s? com a sorte ? ilus?o. Mas boa parte dos estudantes nem adquire auto-confian?a, nem quer se iludir com o fato de que vai de fato ser aprovado em um exame vestibular. Outro erro, segundo ela.

"Tem aluno que chega para mim e diz que prefere se preparar para a reprova??o, porque quando chegar j? estar? habituado. Eu sempre respondo para eles o seguinte: Olha, ent?o vamos pensar na morte, porque certamente esse dia vai chegar tamb?m", lembra, sempre em tom bem-humorado.

Para disputar essas vagas, 17.102 candidatos ir?o tentar o vestibular e outros 2956 v?o enfrentar a terceira etapa do Pism. Isso significa dizer que a grande maioria n?o vai ser aprovada e ter? que enfrentar um momento comum na vida de quem enfrenta essa maratona. O pr?prio vestibulando e todos os que rodeiam tentam buscar culpados para o aparente fracasso, mas Eliana Balena prefere dar uma resposta muito mais simples a uma quest?o t?o complexa. "N?o h? vagas para todos".

Al?m de ressaltar que este ? o principal problema, Eliana faz quest?o de afirmar que "a prova n?o prova nada" e que n?o necessariamente quem passa nas provas pode ser considerado masi apto ou mais eficaz. "Esses r?tulos est?o equivocados. Se eu chuto a quest?o 'a' e acerto, e voc? faz e acerta tamb?m, a prova nos coloca em condi?es iguais, e isso n?o mede nada. A realidade ? restritiva e uma prova n?o analisa tudo".