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Margarida Salom?o comenta declara?es do atual reitor A professora e ex-reitora Professora Margarida Salom?o diz que n?o h? d?ficit e diz que "quando falta recurso, tem que sobrar id?ia"

S?lvia Zoche
Rep?rter
20/09/2006

Assista ao v?deo em que a professora Margarida Salom?o fala sobre n?o ter pensado em cortes durante sua gest?o e o motivo. E leia entrevista com o atual reitor, Henrique Duque, sobre a situa??o financeira da UFJF


No dia seguinte ?s declara?es sobre a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) possuir d?ficit da gest?o anterior, anunciadas pelo atual reitor, Henrique Duque e o pr?-reitor de Planejamento e Gest?o Carlos El?sio Barral Ferreira, a professora Margarida Salom?o, que passou o cargo de reitora recentemente, prestou esclarecimentos sobre o assunto, na manh? desta quarta, 20 de setembro. Ela comentou que n?o teria como falar sobre o assunto no dia do an?ncio do reitor, 19 de setembro, porque estava em um evento fechado e n?o teria como comentar sobre algo que n?o sabia do que se tratava.

"Quero dizer claramente que n?o tenho prop?sito nenhum de polemizar. Estou, inclusive, saindo do Brasil, vou me dedicar ? vida acad?mica. Estou aqui em um evento acad?mico, discutindo com meus colegas pesquisadores. Agora, como surgiu essa quest?o eu, at? em termos de contribui??o com a gest?o e com a pr?pria Universidade, eu acho que necess?rio prestar esclarecimentos".

Margarida Salom?o ? enf?tica ao dizer que "n?o h? d?ficit nenhum". Declarou tamb?m que os gastos em torno de R$ 19 milh?es at? agosto e o capital "para chegar at? o fim do ano na ordem de R$ 8 milh?es de reais" est?o corretos. Por?m, diz que a hip?tese da Universidade ter gasto neste semestre com a mesma velocidade que nos oito primeiros meses do ano ? um "cen?rio improv?vel", assim como o "d?ficit virtual", segundo ela, de R$ 2 milh?es e 500 mil.

As raz?es apontadas s?o a "queda hist?rica" nos gastos da Universidade no fim do ano. "S?o os encerramentos, os processos... M?s de dezembro ? meia-for?a, porque as pessoas n?o trabalham o m?s inteiro. Ent?o, tem esses fatores de sazonalidade". Outro argumento destacado por Margarida ? que este ? um ano de reposi??o da greve. "Na verdade, n?s estamos tendo tr?s per?odos em um", diz. Por ser um ano eleitoral, Margarida comenta que gastos com obras s?o improv?veis. "Estamos em ?poca de mudan?a pol?tica. A velocidade na execu??o dos projetos ? substancialmente diminu?da".

Para a Universidade funcionar normalmente e pagar suas despesas fixas, Margarida afirma que os cerca de R$ 8 milh?es s?o suficientes para os quatro meses que faltam para fechar o ano. "A Universidade gasta por m?s 1 milh?o e 700 mil com despesas fixas", assegura.

Para ela, este per?odo somado a in?cio de gest?o n?o ? o momento de se pensar em fazer obras. "Isto revela a preocupa??o da nova gest?o, mas tem a ver com inexperi?ncia tamb?m. ? mesmo muito dif?cil dirigir uma universidade, existem muitas demandas". E lembra que em 2002, em sua gest?o, a UFJF recebeu uma verba de R$ 8 milh?es para ser distribu?do em 12 meses. "Hoje temos mais dinheiro do que antes. ? claro que h? sempre necessidade de mais recursos. "Mas quando falta recurso, tem que sobrar id?ia", ressaltou.

Com rela??o ?s declara?es de Duque sobre os gastos com o Museu de Arte Moderna Murilo Mendes (MAM) e o anel vi?rio, Margarida disse que o MAM foi uma obra inaugurada ano passado e que o anel vi?rio foi uma das obras mais baratas. "A poeira est? baixando agora, a nova gest?o est? tomando conhecimento das necessidades da universidade. N?o ? f?cil mesmo. Eu digo que foram oito anos de sufoco e o sufoco deles est? come?ando", complementa a ex-reitora.

Quanto ?s demiss?es de funcion?rios e cortes em outros gastos administrativos declaradas pelo reitor e pr?-reitor, Margarida enfatiza que isto ? uma prerrogativa do reitor. "As provid?ncias que ele vai tomar, ? da al?ada dele e cada gest?o tem sua carta-programa". Ao ser questionada se o corte de funcion?rios tamb?m foi pensada em sua gest?o, ela responde que n?o pelo crescimento da Universidade nos ?ltimos anos. "Quando eu entrei tinham 27 cursos de gradua??o. Deixei com 34. Quando eu entrei, tinham cinco programas de p?s-gradua??o. Hoje tem 25. Se voc? tem um aumento nas a?es, ? l?gico que voc? precisa de Recursos Humanos para enfrentar essa situa??o que ? muit?ssimo mais complexa. A Universidade mal funcionava ? noite. Agora aqui ? uma ferve??o".

"A forma que ser? equacionada ? uma tarefa da institui??o", diz Margarida, mas ela acredita que a nova gest?o n?o poder? fazer novos investimentos neste semestre. "Nem seria justo esperar de quem est? sentando na cadeira que logo desencadeasse grandes projetos, grandes a?es. Isso ? absolutamente injusto".

Para Margarida, a UFJF precisa lutar politicamente. "Rara foi a semana que eu n?o estava em Bras?lia. Se voc? chegar no MEC, tem fila de reitores sentados. ? o problema da falta de autonomia e a gente opera no sufoco", reitera.