parte 1
Artigo parte 1 |
26/02/2002
As origens e as diferentes correntes
Todos os povos, em todas as ?pocas, sempre se preocuparam em estabelecer a sua pr?pria seguran?a alimentar, baseando-se tanto nos recursos naturais dispon?veis, quanto nos seus preceitos morais. A busca de alternativas para a alimenta??o vem desde os prim?rdios da civiliza??o, quando o homem buscava fontes de alimentos no mundo ao seu redor. A partir do momento em que valores morais s?o incorporados ? vida e ao comportamento humano, a alimenta??o passa por modifica?es profundas, com a sele??o de determinados alimentos e a busca de novas fontes alimentares. Em v?rias ?pocas, mesmo em per?odos em que se abusava do uso das carnes pela
abund?ncia de ca?a em certas regi?es, houve uma preocupa??o por alguns
pensadores e religiosos em se fazer um retorno a uma alimenta??o mais
?natural?, ou seja, uma procura por alimentos mais pr?ximos a sua forma
natural, sem grandes modifica?es e sem agress?es ao meio em que se vivia.
Com o objetivo tamb?m de facilitar a busca espiritual, em que seria
necess?ria uma pr?tica de vida mais regrada e simples, muitos optaram por
uma alimenta??o mais vegetariana, com menos requintes e mais pr?xima a sua
forma original (naturalismo), como forma de se atingir um elevado estado
espiritual. Durante muito tempo, v?rias correntes de pensamento
passaram a se dedicar ao estudo do naturalismo e, como extens?o, da
alimenta??o vegetariana. S?o muitas as personalidades hist?ricas que
adotaram essa forma de alimenta??o, fazendo dela uma pr?tica de vida.
Estudos tamb?m foram feitos atrav?s das ?pocas, com cientistas e m?dicos
defendendo uma dieta simples, baseada na absten??o de carnes e de bebidas
alco?licas, como forma de promover a sa?de.
? bastante conhecido o esfor?o do m?dico e ministro presbiteriano Silvestre
Graham (1794 - 1851) em divulgar a alimenta??o vegetariana nos Estados
Unidos, dando ?nfase ao uso do p?o integral, que at? ent?o n?o era
considerado alimento de import?ncia para a sa?de. Hoje ele ainda ? lembrado
atrav?s do famoso p?o de Graham, nome utilizado para um tipo de p?o integral
muito comum em alguns pa?ses. Muitos cientistas, m?dicos, fil?sofos, artistas e
intelectuais foram influenciados pelas id?ias de Graham. Algumas sociedades
foram fundadas pelos defensores da alimenta??o vegetariana, como a Sociedade
Vegetariana Alem?, em 1867. Grupos religiosos tamb?m promoveram esse tipo de
alimenta??o, como ? o caso de Ellen White, fundadora dos Adventistas do
S?timo Dia. Durante a Primeira Guerra Mundial, ocorreram algumas
experi?ncias de uma alimenta??o desprovida de carne devido ? escassez de
alimentos, como foi o caso da Dinamarca. Nesse pa?s, em virtude do bloqueio
?s importa?es, o governo solicitou ? Sociedade Vegetariana que organizasse
um programa de racionamento de alimentos. O resultado foi surpreendente: a
popula??o desse pa?s atravessou a guerra com um padr?o de sa?de superior ao
que tinham anteriormente, embora n?o ingerissem carnes e se alimentassem,
principalmente, de cereais e p?o integral, mingau de cevada, latic?nios e
batatas. Experi?ncia semelhante ocorreu na Noruega durante a Segunda
Guerra. Com a redu??o no consumo dos produtos de origem animal, a popula??o
passou a se alimentar basicamente de cereais, batatas e latic?nios. Al?m de
n?o se ter encontrado nenhum sinal de defici?ncia proteica nesses
indiv?duos, observou-se tamb?m consider?vel redu??o no n?mero de mortes
causadas por enfermidades circulat?rias.
Para facilitar a compreens?o do assunto, usaremos a
classifica??o tradicional que ? dada aos diferentes tipos de dieta: Tamb?m ser? apresentado um estudo comparativo entre a
alimenta??o comum e a vegetariana, envolvendo vantagens e desvantagens de
cada uma. Cristina Garcia Lopes
Essa classifica??o ? gen?rica, n?o se considerando
determinadas especificidades de dietas orientadas por um pensamento
filos?fico e/ou religioso. Resumimos abaixo algumas dessas tend?ncias, de
acordo com a corrente de pensamento a que elas se referem.
? nutricionista formada
pela Universidade Federal de Vi?osa.
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