Algumas considerações sobre a Psicologia Clínica
Artigo |
28/08/2001
O que acontece quando a porta do consult?rio se fecha e ocorre o encontro entre terapeuta e paciente?
Ainda existem alguns que consideram o psic?logo como aquele que sabe tudo sobre a vida do outro e que, somente com um olhar, descobre todos os mist?rios de uma pessoa e dessa mesma maneira resolve seus conflitos. Esses s?o tamb?m aqueles que evitam o contato, qualquer que seja, com o psic?logo por medo dessa suposta ?bola de cristal? que ele carregaria consigo. Sente-se interiormente despido e com seus mais profundos segredos expostos. Talvez, essa equ?voca id?ia preconcebida possa ser fruto do comportamento de alguns profissionais da ?rea que refor?am essa atmosfera de magia em volta de si.
O fato ? que psic?logo faz um trabalho conjunto com a pessoa que se submete ao tratamento. Atrav?s de sua escuta apurada tende a detectar conte?dos impl?citos que surgem no decorrer da fala do paciente. O paciente se revela atrav?s das palavras e o terapeuta possibilita que o inconsciente do sujeito venha ? tona dessa forma, tendo acesso a quest?es at? ent?o ocultas. O inconsciente torna-se acess?vel ao consciente.
No desenrolar do processo, que n?o apresenta tempo fixo para terminar, uma vez que o inconsciente ? atemporal, v?o sendo feitos questionamentos, apontando poss?veis caminhos, acolhendo o indiv?duo quando necess?rio. ? um processo complexo em que o resultado vem surgindo paulatinamente, sendo percebido atrav?s de novos pensamentos e mudan?as de atitude.
A compara??o do terapeuta com o m?dico n?o ? rara - consultar uma ou duas
vezes, fazer exames, receber um diagn?stico, tomar rem?dios e ficar livre do
problema. Ambos os profissionais trabalham em favor da sa?de e do bem-estar,
entretanto os m?todos de trabalhar s?o um tanto diferentes. O
diagn?stico em psicologia cl?nica ? importante no sentido de dar um
direcionamento ao tratamento, mesmo assim, como cada ser humano ?
?nico, o acompanhamento psicoter?pico pode diferir em pessoas com o
mesmo transtorno. N?o se percebe aplicabilidade pr?tica em revelar um diagn?stico a algu?m
que est? se tratando. O diagn?stico traz consigo o estigma de um transtorno
ps?quico, que ao inv?s de contribuir, atrapalha a melhora do sujeito. O
indiv?duo deixa de ser indiv?duo para ser um f?bico, um obsessivo, um
hist?rico e assim por diante. O que isso pode contribuir para a vida de
algu?m? O curioso ? que alguns se satisfazem com o diagn?stico e parecem
sair aliviados do consult?rio quando t?m um. Basta refletir um pouco
sobre a utilidade dele; t?m?se a nomea??o de algo, mas somente ela n?o
cura ningu?m. Al?m de tudo, no contexto da psicologia, a pessoa n?o ??
isso ou aquilo, mas ela ?est? isso ou aquilo sendo totalmente pass?vel de
mudan?a. Denise Mendon?a de Melo
? psic?loga, formada pelo
Centro de Ensino Superior
de Juiz de Fora.
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