Atividade fúsica possibilita reinserção social de idosos

Por

Atividade f?sica possibilita reinser??o social de idosos

Atividade física possibilita reinserção social de idosos

Simples ações como calçar a meia ou amarrar os sapatos podem ser tarefas muito difíceis para pessoas com mais idade

Angeliza Lopes
Repórter
1/10/2015

Comemorado nesta quinta-feira, 1° de outubro, o Dia Mundial do Idoso abre discussões sobre os benefícios dos exercícios físicos no cotidiano da população acima de 60 anos. Com o passar dos anos, a idade tem sido um empecilho cada vez menor para uma vida ativa e saudável, devido orientações adequadas de como exercitar corpo, minimizando os efeitos do tempo. O novo olhar para esta parcela, que representa quase 14% da população de Juiz de Fora, segundo dados do censo 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), tem elevado a demanda por profissionais que entendam as necessidades específicas dos idosos.

Algumas atividades, vistas como simples para muitos, como agachar, amarrar os sapatos, calçar uma meia ou caminhar sem provocar quedas são desafios diários para homens e mulheres que já sentem os desgastes do envelhecimento. Segundo a fisioterapeuta e instrutora de pilates, Ariany Tahara, o avanço da idade causa perda da força muscular, fragilidade cárdio pulmonar e esquelética. "Por isso, trabalhamos com atividades funcionais para que ele adquira força ou evite a perda, exercícios de articulação para aumentar a amplitude dos movimentos, além de treinar a marcha para evitar quedas", explica.

A educadora física especialista em Capacitação Funcional para Idosos, Ana Paula Sena, complementa que a pessoa com mais idade é mais exigente, sabe o que quer, entende o que é interessante para sua vida, por isso o profissional de educação física precisa entender quais são as necessidades deste público. "Diferente de academias que tem como foco perder peso e definir corpos. Este não é o objetivo do idoso. Eles querem adquirir, novamente, suas capacidades funcionais".

Além disso, cada um possui uma limitação ou condição física diferente. Ariany entende que o principal objetivo, quando recebe um paciente idoso, é tentar reestabelecer sua função debilitada, como caminhar, levantar, esticar membros, para depois fortalecer a musculatura. "Saber a causa da dor é muito importante, pois após minimizada, o paciente se vê mais disposto a recuperar os movimentos e manter os exercícios. Atendi uma idosa cadeirante que não conseguia nem ter força nos braços para levantar da cama. Agora ela já consegue sustentar o tronco com menor dificuldade", conta.

Se permitir além da idade

Antes de descobrir os movimentos saudáveis que trazem nova independência para esta parcela da população, os idosos tendem a se limitar em muitas funções do dia a dia. Ana Paula destaca que muitos reclamam que não conseguem ir a pé ao mercado e quando chegam no local têm dificuldades de pegar produtos em prateleiras altas ou baixas. "Além da força, são importantes atividades aeróbicas para o processo cardiorrespiratório, melhorando o condicionamento para a atividade, como a caminhada, corrida, danças. Também desenvolvemos atividades de resistência".

Com 86 anos, Hermengarda Zuddio sabe bem os benefícios dos exercícios, com acompanhamento profissional. Orientada pela fisioterapeuta há dois anos, ela conta que se sente mais disposta para andar e fazer suas atividades do dia a dia. "Antes, andar era difícil, pois sentia minha perna pesada e acabava caindo atoa. Minha dor nas costas também melhorou muito", destaca.

Além de garantir movimentos mais seguros, os exercícios trazem para os idosos benefícios também psicológicos, ao torná-los capazes de uma vida mais independente. "Com o tempo, a mentalidade da população está mudando. A atividade tem seu papel na reinserção deste público, novamente, no meio social. Eles estão vivendo, envelhecendo e sentindo que podem mais", completa a fisioterapeuta. A educadora física também acrescenta que exercícios somados a esportes e atividades cognitivas são importantes para oportunizar melhorias também da memória e do raciocínio. "Eles são um público diferenciado e o profissional deve estar atento para estas exigências. Não há limites para eles".