Dia da Visibilidade Trans completa 10 anos de luta por igualdade e respeito no Brasil

Professora comenta sobre a data, que tem papel fundamental no combate à discriminação enfrentada por pessoas transgênero.

Por Redação

Bandeira Trans

Nesta segunda-feira (29), é comemorado o Dia da Visibilidade Trans, data marcada pelo reconhecimento e conscientização da comunidade transgênero, representando uma luta por visibilidade, respeito e igualdade. Segundo o Portal Politize!, a data, que completa 10 anos, foi criada em 2004, quando ativistas travestis, transexuais e transgêneros realizaram o lançamento da primeira campanha contra a transfobia.

O Brasil, conforme dados do Grupo Gay da Bahia (GGB), é o país que mais registra mortes de pessoas trans no mundo, matando uma pessoa a cada 48 horas. Essa constatação destaca a urgência na implementação de políticas e ações destinadas a proteger essa comunidade. Além disso, o cenário ressalta não apenas a importância de promover a visibilidade trans como uma questão de inclusão, mas também como um ato de resistência contra a violência e a discriminação, reforçando a necessidade de medidas concretas para enfrentar esses desafios e garantir a segurança e igualdade.

Sobre isso, a professora de Direito da Faculdade Estácio de Sá (FES) e mestra em História, Anne Caroline Fernandes, comenta que a data comemorativa recebe um papel fundamental na luta pela igualdade de direitos e no combate à discriminação enfrentada por pessoas transgênero. Ela acredita que este é um momento para celebrar as conquistas e promover a reflexão sobre a inclusão e respeito à diversidade de gênero.


O mercado de trabalho e a pessoa trans

De acordo com um levantamento feto pela Dados levantados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) em 2020, somente 13,9% de mulheres trans e travestis possuíam empregos formais. No caso dos homens trans, observou-se um percentual mais significativo, atingindo 59,4%.

Para que a garantia da inserção de pessoas trans no mercado de trabalho de fato aconteçam, a professora defende que devem existir condições para que essa população possa exercer seus direitos plenamente. "Programas de capacitação e sensibilização voltados para empresas e organizações também são essenciais para criar ambientes inclusivos e acolhedores”, recomenda.


Acesso aos serviços de saúde

Anne também comenta sobre o acesso aos serviços de saúde de forma digna e sem preconceitos, acreditando ser necessário que os profissionais de saúde estejam capacitados e sensibilizados para atender às necessidades específicas da população trans, garantindo atendimento adequado e respeitoso. “Promover a inclusão da comunidade transgênero requer um esforço conjunto da sociedade, governos e instituições em diversos aspectos, desde a garantia de direitos básicos até a conscientização e respeito mútuo entre todos os indivíduos.”

A comemoração deste dia proporciona a chance de dar voz às pessoas trans, aumentando a visibilidade de suas realidades, desafiando preconceitos e contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva para todos.“O reconhecimento da diversidade de identidades de gênero é fundamental para a construção de um ambiente social que respeite e acolha todas as pessoas, independentemente de sua identidade de gênero ou orientação sexual”, comenta.