Fernanda M?ller

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Fernanda M?ller
A estrela principal da pe?a teatral "Uai, N?s temos bananas!" que ser? apresentada durante a semana do Rainbow Fest em Juiz de Fora

Rep?rter: S?lvia Zoche
Edi??o: Ludmila Gusman
Designer: L?via Mattos
05/08/05


Ao lado, algumas fotos de Fernanda M?ller, tiradas durante as suas apresenta?es em show e eventos realizados na cidade

Trabalho, trabalho, trabalho... e divers?o, ? claro! Essas atividades s?o constantes na vida da travesti Fernanda M?ller, 33 anos. H? tr?s meses, ela se dedica aos ensaios da pe?a teatral Uai, N?s temos bananas!, em que ? a estrela principal. A pe?a vai mostrar as divas internacionais, como Liza Minelli e Evita Per?n. No total, s?o 15 personagens e Fernanda interpreta nove. Dirigida por Edgar Ribeiro, Fernanda conta que o diretor a escolheu por v?rias indica?es de seu nome. "Ele perguntava ?s pessoas e meu nome foi un?nime", conta.

Sua vontade de atuar nos placos de teatro sempre foi grande e, agora, dedica-se a estudar, pesquisar e ensaiar loucamente, sem deixar de lado seu trabalho em uma boate para p?blico heterossexual, em que ? diretora art?stica.

Na Rainbow Fest, Fernanda ainda vai marcar sua presen?a em festas, inclusive apresentando os shows das drags queens Aysla Pirv, Naila Brisard e Jessica Telles. "O primeiro show ? meu. Depois, vou apresentar as drags e animar a plat?ia, sortear cortesias...", explica.

No dia-a-dia, nas folgas em que consegue tirar em seu trabalho fixo, ela faz show em boates gays, tanto em Juiz de Fora, quanto em outras cidades. "? uma folga em que trabalho, mas me divirto muito, porque adoro atuar e fazer shows engra?ados. S? que continuo bonita, mas a bonita e burra. E as pessoas choram de tanto rir".

Este ano, na sexta edi??o da Festa da Val, Fernanda ser? a hostess oficial. "Eles confiam em mim", diz. E, n?o p?ra de elogiar os organizadores da festa. "Trabalho com os meninos h? anos e eles s?o ?timos!"

Outra consquista que se orgulha em citar ? o Trof?u oficial Fernanda M?ller, entregue ao melhor na avenida, no carnaval. "? como se fosse o Oscar do carnaval, que existe h? cinco anos. ? patrocinado pela Funalfa e pela prefeitura. Sinal de que eles confiam em meu trabalho". E por falar em carnaval, este ano ela foi a Rainha da Bateria da Escola de Samba Turunas do Riachuelo, haja f?lego!

Os projetos para depois da Rainbow? "Nossa! No momento estou sem tempo para pensar em projetos. Al?m dos trabalhos que j? falei, tenho marcado tantos compromissos aqui e em outras cidades que nem sei". Mas ela p?ra e faz as contas. "Em outubro n?o tenho nada agendado". E, pelo jeito, por enquanto, n? Fernanda?

Sua hist?ria
Aos 15 anos, decidiu contar para m?e sua op??o sexual. No in?cio, como toda m?e, ficou desesperada, mas aos poucos ela aceitou. "Pra ?poca, foi uma rea??o normal. Minha m?e e irm? s?o pessoas fant?sticas. Com o apoio da fam?lia, ? muito mais f?cil. Devo o que sou a elas. Os gays que n?o t?m um apoio, acabam procurando uma fuga, que pode ser droga e prostitui??o", desabafa.

Antes de pensar em ser travesti, ela queria ser um gay "marombado", de cavanhaque. "Queria ser bem musculoso, mas n?o colava, porque eu sempre tive gosto feminino. Tanto que tinha gente que achava que eu era l?sbica". Por isso, aos 18, come?ou sua transforma??o, tomando horm?nios. "Mas n?o foi nada brusco. Eu n?o queria que minha m?e tivesse um infarto", brinca.


Neste mesmo ano, Fernanda foi uma das candidatas ao Miss Brasil Gay. "Eu estava super cotada. O pessoal investiu em mim, porque fazia tempo que uma juizforana ganhava o Concurso". Um dia antes do evento, no teste de maquiagem, Rog?rio Belo (seu padrinho) percebeu que ela - que ainda era Luiz fernando - n?o tinha um nome de mulher para o desfile. "Pensamos tudo quanto era nome, mas nada combinava. Pensei, ent?o, em Luiza Fernanda. Rog?rio achou melhor Fernanda. E o sobrenome? Pensei em usar o meu, mas de repente surgiu de Rog?rio a id?ia do M?ller. Meu nome me d? muita sorte", diz.

Seu primeiro emprego foi como bordadeira, aos 15 anos, no ateli? de Rog?rio Belo. "Era um ateli? e tanto", recorda. Um dia antes de completar 18 anos, foi passear na boate em que trabalha hoje. "Era de dia, queria conhecer. O dono perguntou se eu queria o emprego de DJ. Eu disse que n?o tinha no??o do que fazer. Ele me tranq?ilizou, dizendo que era simples. Aceitei e estou l? at? hoje. E chego a fazer strip tease e os clientes n?o acreditam que sou travesti, porque fico totalmente nua. Eles acham que fiz cirurgia, mas n?o fiz", afirma.

Al?m de batalhadora, Fernanda ? uma pessoa extrovertida. "A primeira impress?o que t?m de mim ? que sou esnobe, mas em pouco tempo percebem que n?o ? nada disso", diz.

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