Shows do Miss Brasil Gay seráo inspirados nos Dzi Croquettes
Shows do Miss Brasil Gay serão inspirados nos Dzi CroquettesGrupo teatral brasileiro fez história na década de 70, afrontando o regime militar com ousadia e irreverência. Atrações do concurso irão homenagear os artistas
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12/8/2011
Os shows da 35ª edição do Miss Brasil Gay serão inspirados no grupo de teatro brasileiro que afrontou o regime militar, com ousadia e irreverência. Os Dzi Croquettes — uma trupe de treze atores/cantores/bailarinos que se apresentavam vestidos, minimamente, de mulheres — serão homenageados por cinco das atrações do evento, que ocorre no dia 20 de agosto, em Juiz de Fora. Segundo o diretor do Miss Brasil Gay, André Pavam, a escolha do mote dos shows tem relação com o tema do concurso Aids e inclusão social.
"Dos 13 Dzi Croquettes, quatro morreram vítimas do HIV. Lembrar essa história tão bonita e revolucionária é uma forma de homenagear todas as pessoas que convivem com a Aids." Além dessa razão, o fato de os Dzi Croquettes serem homens vestidos de mulheres e terem sido contemporâneos aos primeiros anos do concurso Miss Brasil Gay, surgido em 1976, também serviu de apoio para definir o enredo. "Os Dzi Croquettes tinham o mesmo espírito revolucionário do Chiquinho [Motta, idealizador do concurso] na época do surgimento do Miss Brasil Gay. Todos romperam com os conceitos da época, já que viviam em uma ditadura e, mesmo assim, decidiram criar espetáculos alegres e irreverentes com homens vestidos de mulheres. Esse link foi essencial para definir que essa seria a inspiração para os shows."
Segundo Pavam, pela primeira vez será apresentada uma sequência de shows produzidos exclusivamente para o Miss Brasil Gay. O primeiro número será encenado por Jaime Bernardes, primeiro bailarino da Companhia de Dança Deborah Colker, do Rio de Janeiro. O artista apresentará uma coreografia inspirada em uma performance dos Dzi Croquettes, trajando roupas e maquiagem femininas, antes da primeira entrada das misses. Bernardes ficará responsável, também, por reproduzir uma coreografia de tango, encenada pelo grupo.
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Léo Áquilla, Ikaro, Samara Rios e Suzy Brasil
Pela terceira vez no Miss Brasil Gay, Léo Áquilla, irá apresentar quatro números, todos adaptados para a linguagem desenvolvida pelos Dzi Croquettes. Outro que fará show especial é Ikaro, um performer andrógino, contratado para retratar a característica de sexualidade dúbia do elenco do grupo. "Vou fazer dois números, um deles é intenso e dramático. O outro para as pessoas curtirem e cantarem juntas." O artista espera uma festa "incrível" e "uma competição justa". "Coisas que nos surpreendam, diversão."
Samara Rios e Suzy Brasil farão um show em dupla, resgatando o humor de paródia, traço marcante dos Dzi Croquettes. "É uma disputa entre as duas cantoras infantis: Xuxa e Mara. Um número já conhecido do público LGBT, mas inédito em Juiz de Fora. A expectativa é boa. Estamos muito empolgadas", diz Samara. A drag vai aproveitar a visita à cidade para gravar o conteúdo de seu programa de TV online. "Dizem que a semana gay de Juiz de Fora é muito legal, a cidade em si transforma-se em um momento gay, então vamos documentar."