Humanizar-se como práxis pedagógica
Confira a coluna desta quarta-feira (1º).
Na busca por uma educação mais inclusiva e humanizada, é fundamental reconhecer que cada “aluno” é mais do que apenas um receptor de conhecimento ou aprendiz; é um ser humano, carregando consigo uma história única, repleta de experiências, bagagens, dores, traumas, superações etc. Ao compreendermos e valorizarmos esse ser-histórico que está diante de nós, podemos maximizar o potencial de cada indivíduo por meio do poder transformador da educação.
Aluno (do latim alumnus) pode trazer uma ideia derivada do sujeito sem luz, uma tábula rasa. Nessa perspectiva, podemos pensar no aluno como alguém que, assim como uma tábua limpa, está aberto a receber informações, conceitos e valores, que serão incorporados. Em vez disso, é crucial reconhecê-los como um ser-histórico, um indivíduo imerso em uma teia complexa de experiências, cultura, identidade e contexto social. Essa perspectiva ampliada reconhece a singularidade de cada estudante, valorizando não apenas seu potencial estudantil, mas também sua história pessoal, suas aspirações, suas lutas e suas contribuições únicas para seu próprio crescimento e para a comunidade ao seu redor. Ao adotar essa abordagem mais humanizada, a educação não se limita a função tradicional de simplesmente transmitir conhecimento, porém, torna-se uma força potencializadora que promove não apenas o desenvolvimento pessoal, mas também transformações sociais.
Muitas vezes, as trajetórias dos envolvidos no processo educacional são marcadas por adversidades e desafios que podem influenciar significativamente seu desempenho estudantil e seu bem-estar emocional. No entanto, é importante entender que essas experiências não definem o destino de uma pessoa; ao contrário, elas podem ser fontes de aprendizado e crescimento, desde que sejam reconhecidas e tratadas com sensibilidade. Ao adotarmos uma abordagem mais empática em relação aos educandos, pode-se criar um ambiente educacional que promova a inclusão, o respeito e a valorização da diversidade. Isso também significa oferecer apoio emocional, psicológico e pedagógico, que leve em consideração as necessidades individuais de cada estudante. Além disso, é fundamental cultivar uma cultura escolar que celebre as diferentes histórias e culturas representadas em nossa comunidade, promovendo o diálogo intercultural e a empatia mútua.
Nesse sentido, é importante destacar que o exercício do educador vai além de transmitir conhecimento; é também inspirar, motivar e capacitar os educandos a se tornarem protagonistas de suas próprias histórias. Isso requer uma abordagem centrada neles (educandos), que reconheça e valorize seus interesses, habilidades e aspirações. Ao fazer isso, não apenas estamos fortalecendo a autoestima e a confiança dos envolvidos, mas também estamos preparando-os para enfrentar os desafios do mundo real de maneira mais resiliente e proativa. Portanto, ao olharmos para esses seres humanos envolvidos no processo de educação, devemos enxergá-los não apenas como estudantes em formação escolar, mas, propriamente, como seres humanos, dotados de uma diversidade de experiências e potenciais a serem explorados através do poder transformador da educação.