Reganho de peso após uso de medicações para emagrecer: um desafio na luta contra a obesidade

Por Lillian Bara

Dia Mundial da Obesidade

A obesidade é uma doença crônica, multifatorial e de manejo complexo, que exige abordagem contínua e multidisciplinar. Medicações anti-obesidade têm se mostrado ferramentas eficazes para promover perda de peso significativa, mas uma das questões mais desafiadoras nesse contexto é o reganho de peso após a interrupção do tratamento.

Por que o reganho de peso acontece?

O reganho de peso está relacionado a múltiplos fatores:

1. Fisiológicos: O corpo humano possui mecanismos biológicos de defesa contra a perda de peso. Durante o tratamento, há alterações hormonais que favorecem a redução da fome e aumentam a saciedade. Quando o uso da medicação é interrompido, hormônios como a grelina, que estimula o apetite, podem voltar a níveis mais altos, aumentando a fome.

2. Comportamentais: A manutenção de hábitos saudáveis, como dieta equilibrada e prática regular de exercícios físicos, pode ser difícil a longo prazo. Muitos pacientes ainda enfrentam desafios emocionais e sociais que dificultam a adesão ao plano alimentar e ao estilo de vida.

3. Metabólicos: O metabolismo basal pode ser reduzido após a perda de peso, o que significa que o corpo passa a gastar menos energia em repouso. Isso torna mais fácil recuperar o peso perdido caso o balanço energético não seja cuidadosamente ajustado, já que o organismo tende a voltar para o maior peso atingido.

Como minimizar o reganho de peso?

1. Educação e conscientização do paciente: Desde o início do tratamento, é essencial que o paciente compreenda que a obesidade é uma condição crônica e que a manutenção dos resultados exige tratamento contínuo.

2. Plano de manutenção: Mesmo após a interrupção da medicação, é importante que o paciente seja acompanhado por uma equipe multidisciplinar (endocrinologista, nutricionista, psicólogo, educador físico). A implementação de estratégias como controle alimentar, suporte emocional e programas de atividade física são fundamentais.

3.Medicações de longo prazo: Em muitos casos, o uso prolongado ou contínuo de medicações anti-obesidade pode ser necessário. Essa abordagem deve ser discutida individualmente, considerando os benefícios e os riscos, bem como a resposta clínica de cada paciente.

Conclusões:

O reganho de peso após o uso de medicações anti-obesidade não deve ser encarado como um fracasso, mas sim como uma parte esperada do processo de manejo dessa condição complexa. Com suporte adequado e estratégias personalizadas, é possível minimizar esse impacto e garantir resultados sustentáveis a longo prazo.