A catástrofe e as feridas abertas na mente da população do Rio Grande do Sul

É preciso cuidar do psicológico.

Por Telma Elisa

Reconstruir infraestrutura atingida por chuvas no RS custará R$ 19 bi

As enchentes no Rio Grande do Sul não apenas marcaram o território, mas também as vidas de milhares de pessoas, deixando cicatrizes físicas e emocionais profundas.

Quando um desastre dessa magnitude ocorre, o choque da realidade pode afetar nosso sistema nervoso de maneiras inesperadas, desencadeando desde medo paralisante até uma agitação desordenada, da dor extrema à aparente ausência de sensibilidade.

E após o evento, o medo e a ansiedade persistem, dando lugar a uma tristeza profunda e irritabilidade crescente. A dor se intensifica quando as perdas materiais e pessoais são contabilizadas, exigindo que o indivíduo se adapte a uma nova realidade, enquanto lida com o luto e a reconstrução de sua vida.

Existe um potencial de adoecimento como desequilíbrio emocional e/ou psíquico na exposição prolongada das populações a acontecimentos desorganizadores naturais, configurando, assim, uma retroalimentação do padrão sintomático, em que a perda e o luto não resolvido trazem um imenso sofrimento psíquico a essas pessoas.

Nesse cenário, a importância do apoio psicológico não pode ser subestimada. A intervenção para facilitar a readaptação após uma tragédia não deve se limitar aos serviços especializados, mas ser uma constante presença presente em todas as ações voltadas para os afetados pelo desastre. Essa atenção à saúde mental é de extrema importância para oferecer suporte a todos os atingidos, permitindo que enfrentem seus traumas e busquem a cura emocional necessária para seguir em frente.

Difíceis de curar, os impactos psicológicos de um desastre natural são como “feridas abertas na mente”, e como toda ferida, precisa de tratamento — o que nem sempre acontece. Esses efeitos podem levar à perda de identidade pessoal e profissional, perda de estruturas de apoio social, perda do senso de controle e autonomia, além de alimentar sentimentos de desamparo, medo e fatalismo.

Se você passa por algo parecido ou conhece pessoas nessa situação, se faça presente e ajude orientando para que se atentem à necessidade de apoio profissional de uma psicóloga(o).

Para mais orientações sobre como lidar com a sua saúde emocional, ansiedade, ter mais autoestima, melhorar seus relacionamentos, combater o estresse e garantir mais qualidade de vida mental, siga-me no perfil do Instagram @telmaelisa.psi e acompanhe esta coluna todas as quintas-feiras.