"Por que eu, que conquistei tanto, ainda não encontrei alguém?"- A mulher bem-sucedida e o desconforto de estar solteira nas festas de fim de ano

Por Telma Elisa

Mulher em campo de flores

O fim de ano costuma ser uma época cercada de expectativas. É o momento de celebrar as conquistas, reunir pessoas queridas e, muitas vezes, exibir uma vida que parece estar “em ordem”. Mas para muitas mulheres que têm carreiras brilhantes e vidas admiradas, a ausência de um relacionamento amoroso nestes momentos pode parecer um peso maior do que deveria. Afinal, como uma mulher que alcança tanto ainda pode sentir esse desconforto?

Esse sentimento vai além da solidão. Ele costuma estar relacionado às pressões sociais que pairam sobre as mulheres, mesmo as mais bem-sucedidas. Nossa cultura muitas vezes transmite a ideia de que o valor de uma mulher está atrelado à sua capacidade de estar acompanhada. Durante as confraternizações, isso pode se traduzir em olhares curiosos, perguntas incômodas ou mesmo pensamentos internos como: “O que as pessoas vão pensar de mim chegando sozinha?” ou “Por que eu, que conquistei tanto, ainda não encontrei alguém?”.
Esses pensamentos automáticos, embora desconfortáveis, são aprendizados sociais que carregamos. Na Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), aprendemos a identificar e questionar essas crenças. Perguntar a si mesma: “O que realmente importa para mim neste momento da minha vida?” ou “Será que estou me avaliando com base no que eu quero ou no que esperam de mim?” pode ajudar a trazer clareza. Afinal, os pensamentos não são fatos, e podemos aprender a reinterpretá-los.
É importante entender que estar solteira não é uma falha a ser corrigida. Em vez disso, pode ser uma fase natural da vida ou mesmo uma escolha intencional. Esse momento pode ser usado para celebrar outras áreas da sua vida: sua saúde, sua carreira, suas amizades, seus sonhos. A ausência de um relacionamento não diminui o valor do que você já construiu. Você é muito mais do que o status de um relacionamento.
As festas de fim de ano, muitas vezes vistas como um palco social, também podem ser ressignificadas. Em vez de focar no que “falta”, que tal aproveitar para celebrar o que você conquistou? Use esses eventos como uma oportunidade para fortalecer conexões profissionais, valorizar amizades e simplesmente estar presente. Quando você escolhe viver esses momentos de forma autêntica, sem a necessidade de atender às expectativas alheias, percebe que a sua presença já é suficiente.
A terapia pode ser uma grande aliada nesse processo. Muitas vezes, é na terapia que conseguimos identificar as crenças que limitam nossa autoestima e aprendemos a valorizar quem somos de verdade. É onde entendemos que não precisamos provar nada para ninguém – nem mesmo para nós mesmas.
O que importa não é como os outros percebem sua vida, mas como você a vive. Suas conquistas refletem quem você é: uma mulher forte, completa e cheia de possibilidades. As festas de fim de ano são apenas mais um momento para você brilhar, com ou sem um acompanhante. Afinal, o que te faz realmente especial já está dentro de você.

Para mais orientações sobre como lidar com a sua saúde emocional, ansiedade, ter mais autoestima, melhorar seus relacionamentos, combater o estresse e garantir mais qualidade de vida mental, me siga no perfil do Instagram @telmaelisa.psi e aqui nesta coluna todas às quintas-feiras.