No t?nel do tempo
Museu da UFJF apresenta primeiros computadores e equipamentos utilizados na
Faculdade de Engenharia e na Universidade
Ricardo Corr?a
Rep?rter
09/05/2006
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Clique no ?cone ao lado e veja Iverson Morandi, funcion?rio do Museu,
apresentando o IBM 1130, primeiro computador utilizado na UFJF
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? como uma viagem no tempo. Passar em cada uma das salas do Museu Din?mico
de Ci?ncia e Tecnologia da (UFJF) significa passear pela evolu??o do
pensamento e do esfor?o do homem em anos e anos de estudos e pesquisas. Absolutamente tudo o que conhecemos e utilizamos hoje deriva de experi?ncias
e tecnologias simples, mas cuja constru??o, em sua ?poca derivou de um
esfor?o igual ou maior do que o que ? feito todos os dias em universidade,
laborat?rios e ind?strias de todo o mundo, e at? fora do planeta, no caso
das pesquisas espaciais. De todo esse esfor?o e estudo, surgiram diferen?as
gritantes entre o que era usado antes e o que ? usado hoje.
Imagine se voc? tivesse que pagar milh?es para ter um computador. Na d?cada
de 70 era assim. Foi dessa ordem a quantia que a UFJF pagou para ter seu IBM
1130, o primeiro computador da institui??o, apresentado pelo funcion?rio do
Museu, Iverson Morandi. Maior que o pre?o, s? o tamanho do equipamento,
usado para corrigir provas, processar a lista de pagamentos e gerenciar
todos os arquivos da Universidade.
Eram v?rios equipamentos enormes trabalhando em conjunto. O processador
parece mais um arm?rio gigante. Separado dele est?o v?rios outros peda?os
daquele trambolho que n?o tinha entrada para CD, disquete ou nenhum outro
meio de armazenamento dos que conhecemos hoje. O IBM 1130 processava cart?es
perfur?veis. Isso quer dizer que os dados utilizados no computador eram
gravados de uma maneira r?stica, por?m avan?ada na ?poca: a t?cnica de
perfurar um papel cheio de n?meros que, ao passar pela m?quina, tra?ava as
informa?es que estavam sendo trabalhadas. Por incr?vel que pare?a, foi com
o jur?ssico IBM 1130 que a UFJF trabalhou at? 1988.
No entanto, antes disso, no in?cio da d?cada de 80, j? chegava um sucessor
para a m?quina gigante, lenta e pouco usual. O Shumec C-100 era bem, bem
menor que o primeiro computador. Na sala do Museu de Din?mico da Tecnologia,
eles nem podem ser colocados lado a lado. Enquanto um ocupa metade do espa?o
da primeira sala, o outro est? em uma mesa junto com v?rios outros
computadores. Mas tamanho realmente n?o ? documento. E nem ? a grande
diferen?a entre o Shumec C-100 e o IMB 1130. Na verdade, a diferen?a ? a
forma de trabalhar os arquivos. O primeiro computador da era da
microinform?tica aboliu os cart?es de mem?ria e s? perdeu espa?o para
Unisys, utilizado at? 1998, e que tamb?m chama aten??o pelo seu tamanho na
sala do Museu.
Para se ter uma id?ia da diferen?a de tecnologia daquela ?poca para hoje,
podemos pegar como exemplo o TK-300, um dos sucessores do Shumec C-100. Se o
TK rodava com uma mem?ria de processamento de 128 k, hoje ? natural ver um
computador com, por exemplo, 1,24 giga de velocidade. Significa dizer que
algumas m?quinas comumente utilizadas s?o duas mil vezes mais capazes hoje
em dia.
Mais surpreendente ainda ? a compara??o se for feita com o IBM 1130. O
gigante dos prim?rdios da inform?tica em Juiz de Fora ocupa uma sala
inteira, ? formado por m?quinas gigantes, ? imponente mas tem uma capacidade
que chega a ser rid?cula para os dias atuais. A mem?ria de processamento, de
8K, ? igual, pasmem, ? de uma calculadora cient?fica atualmente. Ou seja, o
IBM 1130 cabe na palma da m?o hoje em dia.
No Museu pode se ainda viajar por outras tecnologias, conhecer os
computadores que faziam seus pr?prios programas ou ver o MSX, que, com seus
cartuchos de programas, mais parecia um videograme do que necessariamente um
computador. Al?m da inform?tica
A utiliza??o da inform?tica ? relativamente recente na hist?ria da
humanidade. Antes disso, muita coisa foi utilizada e, muita coisa do que foi
utilizado para construir outras coisas est? no Museu Din?mico de Ci?ncia e
Tecnologia. Na segunda sala do acervo, est?o equipamentos que remontam o
in?cio da d?cada. Muitos foram constru?dos na faculdade, outros foram
importados. Tinham v?rias fun?es. Dos pequenos medidores de pot?ncias,
correntes e tens?es, aos modelos de motores el?tricos, at? um grande R?dio
de Ondas Curtas, utilizado no in?cio das atividades da Universidade Federal
de Juiz de Fora.
A? reside uma grande diferen?a tecnol?gica daquela ?poca para hoje. No
momento em que Bras?lia estava sendo constru?da e que a UFJF se firmava, era
necess?rio um instrumento de comunica??o em tempo real entre locais t?o
distantes. Nada de interurbanos. Para quem hoje reclama de ter que apertar dois n?meros a mais para escolher
a operadora, imagine fazer uma liga??o ajustando a freq??ncia, com muitos
ru?dos e falhas o tempo inteiro. Al?m do mais, n?o podia-se dizer que era
uma liga??o segura. Era como um chat de voz, em que v?rios outros r?dio
comunicadores que sintonizassem a mesma freq??ncia poderiam, ouvir,
interferir e participar da conversa.
Nesta sala ficam, principalmente, os equipamentos ligados ? eletricidade e
eletromagnetismo. Desses, muitos vieram da Fran?a. Existe at? o registro de
pedido, notas fiscais que denunciam: foram comprados em 1921 e s? chegaram
em 1922: pagos em ouro!
A dif?cil tarefa de calcular
Se o IBM 1130 apresentado no in?cio da mat?ria era o que hoje ? uma
calculadora cient?fica, o que eram as calculadoras da primeira parte do
S?culo XX? N?o eram calculadoras, mas r?guas de c?lculo. Com elas podia se
fazer opera?es que hoje s? s?o feitas atrav?s das calculadoras cient?ficas.
No museu, al?m das pequenas r?guas m?veis, existe tamb?m uma vers?o enorme,
que os professores utilizavam na sala de aula para explicar o funcionamento
das r?guas dos alunos. Era assim at? meados da d?cada de 70.
Rel?gios de sol, miniaturas de um autom?vel e outras pe?as que vieram da
Alemanha Oriental s?o exemplos de outros instrumentos presentes no Museu.
Neste ?ltimo caso, o curioso ? que, como o com?rcio com aquela por??o
comunista da Alemanha era restringido, o Governo brasileiro deu um jeitinho,
doando caf? e recebendo de volta esses equipamentos.
Microsc?pios, outros equipamentos de comunica??o e uma infinidade de objetos
contabilizam o que alguns costumam contar como 1.800 pe?as no Museu. Cerca
de 40% disso est? catalogado e, claro, nem tudo em exposi??o. Existe muita
coisa na reserva t?cnica.
Entre o que ? mostrado at? mesmo uma lambreta, que divide espa?o com
gravadores utilizados, por exemplo, entre as d?cadas de 60 e 80. Curioso,
segundo Iverson Morandi, ? que eles eram compat?veis, mesmo sendo lan?ados
em d?cadas distintas. bem diferente do que se visualiza hoje em dia, com
equipamentos fabricados no mesmo ano ?s vezes tendo problemas de
compatibilidade, pela velocidade com que a tecnologia evolui.
O av? dos gravadores que est?o no Museu Din?mico ? um aparelho da d?cada de
50, que gravava os sons em um fio pl?stico metalizado, com muito menos
qualidade, mas fazendo o trabalho que hoje ? feito pelos, depois de tamb?m
terem sido feitos pelo vinil e pelas fitas cassete. Se gravar e reproduzir sons sempre foi dif?cil, imagina com as imagens. A
diferen?a entre um projetos Super 8, como os presentes no Museu, ?
gritante. "Mas era como as pessoas podiam assistir imagens em movimento. Naquela ?poca
j? vendiam filmes mas n?o havia local?aoi como hoje. Existia um com?rcio mas
era principalmente de curta-metragens, j? que precisaria de um rolo muito
grande para gravar um filme maior", explica Iverson Morandi, que ainda
apresenta os primeiros videocassetes e tamb?m equipamentos mais antigos,
como os que rodavam filmes de 16mm, usados nas d?cadas de 30, 40 e 50. Viagem feita por poucos
Professores ficam sabendo do Museu e acabam levando seus alunos para viajar
pelas maravilhas de um mundo com o qual n?o tiveram contato. Mas s?o poucos
ainda as pessoas que visitam o espa?o da faculdade de engenharia. Pouco
divulgado, localizado no alto do Campus, o Museu poderia receber muito mais
do que as centenas de crian?as, jovens e alunos da faculdade que visitam as
instala?es todos os anos. Para isso, no entanto, os respons?veis pelo Museu
esperam fazer todo um projeto de revitaliza??o do expa?o de exposi??o, como
explica Iverson Morandi, que ? coordenador de acervo que tamb?m est?
dispon?vel em um site. ? dele a miss?o de
cuidar para que a hist?ria da evolu??o tecnol?gica em Juiz de Fora seja
preservada, para que as pessoas tenham no??o de que como o ser humano
avan?ou em algumas ?reas e qual a perspectiva que isso abre para os pr?ximos
mil?nios que nos esperam. Leia mais:
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a escolas e comunidade
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