Terapia de Casal uma solução para casamentos em crise
Colaboração*
17/05/2000
"Em briga de marido e mulher, não se mete a colher". O velho ditado cai por terra quando os próprios envolvidos procuram ajuda externa para resolver problemas íntimos. Entram em cena psicólogos, terapeutas, conselheiros e até massagistas, todos atuando paralelamente durante o que se convencionou chamar “terapia de casal”.
Muitas vezes, o consultório de um terapeuta é um espaço a confirmar provérbios populares, do tipo “marido traído é o último a saber”. A psicóloga Ana Stuart já presenciou várias confissões de infidelidade durante sessões de terapia de casal. “É constrangedor, mas a partir dali, ou se perdoa ou se refaz um casamento falido”, comenta a terapeuta familiar. Mensalmente, cinco novos casais a procuram para tentar uma reconciliação ou renovação de uma “colusão” (casamento adoecido). Normalmente, são pessoas entre 20 e 40 anos, com até 12 anos de convivência e de classe média-alta.
De acordo com a terapeuta, os casais de terceira idade são mais resistentes a este tipo de tratamento porque são “mito dependentes um do outro" Além disto, existe uma maior submissão feminina, ocasionada muitas vezes pela questão financeira. “A emancipação econômica feminina permitiu maior liberdade em não aceitar uma vida sexual morna, assim como casos de violência doméstica ou alcoolismo crônico do companheiro, observa a psicóloga, que, atualmente, vem observando um aumento significativo de casos extraconjugais femininos entre seus pacientes.
No entanto, uma velha máxima persiste durante as terapias de casais - “o homem sabe dividir amor e sexo, a mulher não”. Para Ana Stuart, a mulher se envolve emocionalmente com o amante, chegando a trazê-lo às entrevistas individuais. O terapeuta Luiz Fernando Bustamente acredita que Freud não estava totalmente errado em pregar que todos os transtornos psicóticos, no final, acabariam na “cama”. Para Bustamante, “a sexualidade pode representar tanto a solução, como a dissolução de um casamento”.
Para os profissionais que trabalham com a terapia de casal, a vida sexual está totalmente vulnerável a todo tipo de desentendimento que os parceiros tiverem, podendo, inclusive, ser a causa de todos eles. Quando a insatisfação sexual vem acompanhada de casos extraconjugais, estes são vistos como um “suporte” da relação. Existem homens que amam suas mulheres, não vivem sem elas, mas não conseguem resistir a uma ‘pulada de cerca’. No dia seguinte, porém, entram em depressão” analisa Luiz Fernando Bustamente.
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