Casas também 'adoecem', afetando a saúde de quem vive nelas
Geobiólogo afirma que cuidados com o ambiente residencial podem até levar os moradores a serem pessoas melhores
Repórter
12/5/2012
Você já parou para pensar se o seu ambiente doméstico é saudável? Se o ar que sua família respira é livre de ácaros? Se o seu colchão está permitindo que você descanse? Essas são algumas questões que, analisadas à luz da geobiologia, podem ter um impacto na sua vida bem maior que do que se imagina. E quem entende do assunto garante: as casas ficam "doentes" e, em consequência, também quem mora nela.
Nesta segunda-feira, 14 de maio, o geobiólogo Allan Lopes ministra palestra com o tema "Casa Saudável", às 9h, na Casa de Cultura da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), que fica na avenida Rio Branco 3.372. Em sua página na internet, ele destaca que "toda construção é um 'ser vivo', composto de uma anatomia e de uma fisiologia particulares que conferem, em sua conjunção, características saudáveis ou não ao ambiente. Características estas que são passadas a seus usuários e moradores, interferindo diretamente em sua qualidade de vida."
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Entre os aspectos analisados pela geobiologia estão a qualidade do ar, a umidade, a temperatura, o som, a iluminação, a radioatividade, o magnetismo natural, o eletromagnetismo, as proporções harmônicas, a ergonomia, os materiais de construção e as perturbações geológicas.
Como as residências são vistas como "seres vivos", cada uma tem o seu próprio diagnóstico. Entretanto, Lopes destaca, em entrevista ao Portal ACESSA.com, que alguns aspectos devem ser levados em consideração para todas as casas. "Ter uma qualidade do ar boa ao manter janelas abertas, usar pouco o ar condicionado, usar roupa de cama que não seja sintética, escolher produtos de limpeza que não são tóxicos, preferir colchões de boa qualidade. As dicas dependem muito do contexto em que a pessoa vive. Enxergamos cada casa como um ser vivo. Por isso, é preciso fazer um exame. O importante é ter esse conceito em mente, ou seja, que a casa interfere na saúde. Em relação à qualidade do ar, por exemplo, a umidade proporciona a proliferação de fungos, nocivos à respiração", avalia.
Ainda de acordo com Lopes, também é preciso estar atento aos móveis da casa. Na peça de divulgação da palestra aparece a seguinte pergunta: "Como os móveis da sua casa podem te ajudar a ser uma pessoa melhor?" O geobiólogo explica. "Imagina o colchão que não deixa a pessoa dormir direito. No dia seguinte, ela acorda cansada, com problemas na coluna, torcicolo... Vai tomar café, recebe um sorriso de bom dia, mas não consegue retribuir na mesma intensidade. O mesmo pode ser causado por um sofá, uma cadeira desconfortável. Como essa pessoa vai se relacionar bem com as outras se o corpo, esse 'hardware', não está bem? Quando todos os componentes da casa estão ajustados, a energia usada para 'consertar' uma noite mal dormida pode ser utilizada para trabalhar, estudar, namorar... A pessoa que está com Lesão por Esforço Repetitivo [LER], por exemplo, antes de ter a doença diagnosticada, ficou muitas vezes irritado. O corpo deu sinais, mas não foi ouvido. Antes dele falar 'para tudo!', deu muitos sinais", garante.
A qualidade de vida, segundo a geobiologia, passa também pelo controle do uso de um objeto que cada vez mais está inserido no dia a dia das pessoas, o telefone celular. Lopes não tem medo de afirmar que o uso excessivo traz malefícios à saúde. "Tem uma série de estudos que indicam a diminuição do bem estar devido ao uso prolongado do celular. Muito se fala sobre câncer, mas é este apenas um item. Antes disso acontecer, já está comprovado que o celular diminui a capacidade de atenção, concentração e memória. Tanto que é proibido o uso do celular ao dirigir", afirma o geobiólogo.
Quando os fumantes dão o exemplo
Os conceitos de casa saudável também podem ser aplicados no ambiente de trabalho, normalmente mais insalubres que as residências. "São lugares que ficam muito tempo fechados. O que pode ser feito, então, é abrir a janela para renovar o ar. Colocar plantas, não só porque ajudam a renovar o oxigênio, mas também porque eliminam toxinas que são liberadas por diferentes agentes. Quem trabalha com notebook na mesa, por exemplo, o ideal é usar um teclado e mouse separado para não ficar o tempo todo com dedos no notebook, que tem uma carga eletromagnética muito grande. Em relação à luz, geralmente são usadas lâmpadas fluorescente, que cansam muito mais devido ao tipo de luminosidade. Por outro lado, as lâmpadas fluorescentes gastam mais energia, mas ajudam na fixação de determinadas vitaminas. Outro ponto: os fumantes geralmente são muito perseguidos. Mas eles têm um hábito que deve ser seguido por quem não fuma. Para fumar, eles costumam se levantar para 'ir lá fora'. Assim, caminham, bebem água, vão ao banheiro... Deixando o cigarro de lado, seria muito bom que esse hábito fosse seguido", afirma.
Os textos são revisados por Mariana Benicá
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