O que faz Juiz de Fora diferente de Uberlândia? Duas grandes cidades mineiras e que sempre se colocaram no protagonismo do nosso estado. Ao longo dos últimos dez anos esses dois polos regionais vem se distanciando economicamente. Em 2014 o orçamento dessas cidades eram praticamente iguais, Juiz de Fora com R$1,7 bilhões e Uberlândia com R$1,65 bilhões. A população de Uberlândia era maior em 100 mil habitantes que Juiz de Fora, em torno de 655 mil.
Em 2023, temos Juiz de Fora com um orçamento de quase R$3 bilhões e Uberlândia com quase R$4,5 bilhões, com uma população maior que Juiz de Fora em 170 mil habitantes. Veja abaixo a evolução orçamentária das duas cidades.
Distanciamento entre as cidades
A pergunta que precisa ser analisada é, por que dois importantes polos se distanciaram tanto em um curto espaço de dez anos. É um tempo muito pequeno para uma diferença tão significativa. O que não foi feito pela nossa cidade e pelos nossos representantes? Quando olhamos Uberlândia, frequentemente visitada por governadores e presidentes, com a força de uma infraestrutura pujante, grandes investimentos no aeroporto, que por sinal, muito melhor localizado que o regional em Goianá, vemos como a região se desenvolve e como ela atrai novos investimentos.
Juiz de fora é uma das poucas cidades que tem todos os atrativos de investimentos: Próxima das três maiores cidades do Brasil, estradas de acesso fácil, linha férrea, porto seco, índice educacional acima da média nacional, excelente qualidade de vida etc. Por que não nos desenvolvemos? O que falta? Nossa cidade já teve um presidente da república e nos últimos mandatos, tanto no federal quanto no estadual, tivemos uma representatividade importante, como poucas cidades do nosso porte. Já tivemos várias iniciativas para discutir e tentar unificar as forças políticas em torno das nossas necessidades, mas infelizmente não tiveram sucesso. Por quê? Não sei... Talvez Uberlândia seja voltada para o desenvolvimento econômico e isso pode ser a grande diferença na representação da cidade no cenário político.
Economia
O econômico rege como a cidade se movimenta e como ela reage a novos investimentos. Talvez Juiz de Fora precise repensar prioritariamente o que queremos para o futuro da nossa cidade. Nem quando temos um expoente do partido do presidente da república, à frente da nossa cidade, por sinal somos uma das maiores cidades que o Partido dos Trabalhadores (PT) comanda, não somos olhados de forma diferente.
Nossa prefeita, que no seu papel de representante da nossa cidade sempre visita Brasília, volta sem grandes investimentos e a única lembrança é a participação de pautas nacionais, importantes para o país, mas sem impactos positivos para nossa cidade. Precisamos urgentemente de uma ação coletiva, para que não sejamos ultrapassados por outras cidades, que há dez anos atrás não tinham nenhuma representatividade no cenário estadual.
A cidade sempre foi o polo comercial de uma mesorregião de mais de 2 milhões de habitantes onde a falta de novas indústrias eram compensadas por um comércio forte e com uma concentração de estabelecimentos educacionais importantes. Esse mundo está mudando rapidamente e estamos assistindo a fuga dos grandes lojistas e dos bancos da nossa cidade, gerando desemprego e falta de opção para o crescimento da nossa região.
As vezes fico me perguntando por que a Mercedes insiste em continuar com a planta que tem em Juiz de Fora. Porque não faz como a Ford em Camaçari que vendeu sua planta para uma grande empresa chinesa, avida por um mercado como o nosso. O que precisamos fazer para viabilizar a vinda de outra montadora? Com ela viriam outras empresas, como era o projeto original da Mercedes. Imagina quantos empregos geraríamos em nossa região. Mas tudo isso é somente uma reflexão e quem tem a responsabilidade de mudar isso precisa começar a agir. O tempo está contra a nossa cidade!
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