Brincar, simplesmente brincar!
Falar sobre a infância não é algo simples. Precisamos, antes, iluminar e observar o desenvolvimento da criança segundo as leis universais que regem seu crescimento, considerando que todo ser humano, com toda sua individualidade, segue, devido a sua natureza, determinadas leis do desabrochar da personalidade em ciclos rítmicos. Forças formativas e anímicas atuam desde o nascimento e se transformam constantemente.
A infância, uma importante parte de nossa vida, não deve ser considerada separadamente, mas como uma etapa em que os fundamentos afetivos e volitivos, que fazem do homem racional um ser moral e social, devem ser criados.
A vontade atua soberana enquanto criança e natureza se misturam numa única realidade. São forças formativas trabalhando, perpassando todo o seu ser. Podemos ver como isso acontece observando o bebê, a cada dia, conquistando seu corpinho.
O passo seguinte, o andar e ouvir, momento em que "pega" as palavras e as experimenta tentando repeti-las, ao mesmo tempo em que pega os objetos e começa a imitar a ação do adulto . Quer lavar a louça, quer varrer a casa, gosta do movimento que faz, gosta de repeti-los e ouvir o barulho que surge ao movimentar os objetos.
Em torno dos três anos surge uma nova capacidade e a fantasia se torna visível. Nesse momento as forças formativas se colocam à disposição da fantasia e da memória. A criança já é capaz de transformar os objetos que encontra. A criança olha o banquinho e, de repente, vira-o de pernas para cima e entra nele, dizendo estar andando de barco.
Essa atividade precisa ser estimulada. Como podemos ajudar? Uma maneira simples seria deixar que a criança encontre objetos rústicos no seu ambiente, materiais como sementes, frutos, pedaços de madeira sem forma definida, pedaços de pano ou lã natural, que possam transformar de acordo com a necessidade da brincadeira. Os brinquedos que já têm formas prontas não podem contribuir nesse processo pois não oferecem a oportunidade de serem completados pela imaginação.
Estas forças que se liberam para atuar na fantasia precisam se desenvolver através do brinquedo. As crianças devem brincar simplesmente.
Quando brinca não tem a preocupação de integrar o fruto do brincar à vida social. Para isso precisamos educá-la de maneira que as forças criativas inerentes à brincadeira se conservem assim, cheias de vida, enquanto cresce.
A fantasia, que se desenvolve pela transformação da vontade, contém em si a força criadora.
Conduzindo a criança no seu crescimento proporcionando oportunidades para que seja vivaz e criativa, ativamos um pensar vivo e criador que mais tarde se tornará consciente ajudando o ser adulto na busca de novos caminhos sociais, em liberdade.
(extraído do texto – Criança, Movimento e Transformação)
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