Desfile no centro da cidade ainda causa pol?mica
Deborah Moratori
22/02/03
"A realiza??o do desfile de carnaval na avenida Rio Branco para mim ? um assunto que n?o tem mais discuss?o". Essas foram as palavras do superintendente da Funalfa, Jos? Alberto Pinho Neves, em entrevista coletiva realizada na ?ltima quinta-feira, dia 20 de fevereiro.
Embora existam aqueles que fazem quest?o de curtir o samba na Rio Branco, h? os que n?o agradam nem um pouco da montagem da passarela num dos endere?os mais conhecidos da cidade. "Endere?o que perdeu status de nobreza de uns 50 anos para c?", diz o superintendente.
Com o carn? do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) ? m?o, a justificativa n?o convence a dentista Maria Lopes (foto abaixo). Segundo a classifica??o da pr?pria Prefeitura, o im?vel localizado no trecho em que est? sendo montada a passarela do samba tem como padr?o "?timo" (clique aqui para ver o carn?), o mais nobre de todos. E o valor do imposto de R$ 1.034, sem desconto, contribui ainda mais para a insatisfa??o de muitos moradores.
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Barulho ? uma das reclama?es
Para Maria, as noites sem dormir no m?s de carnaval duram mais de 30
dias. "A janela tem que ficar aberta por causa do calor. Teve uma noite em
que escutamos um vizinho implorar sil?ncio para os "pe?es" que, como resposta,
mandaram-no fechar a janela".
Por outro lado, o superintendente da Funalfa, que afirmou ter estado presente na avenida, "at? por volta da 1h da madrugada" em alguns dias, diz n?o ter presenciado "o inferno que se torna a vida desses moradores", como define Maria Lopes.
"Como se n?o bastasse, quando come?am os trabalhos com as madeiras, os pregos que eles deixam espalhados pelo asfalto da avenida acabam provocando mais dor de cabe?a. S? essa semana, meu marido teve que levar o carro ao borracheiro que tirou tr?s pregos do pneu. Um inclusive furou a c?mara de ar. Isso porque eles ainda nem come?aram a mexer com a madeira", reclama a dentista.
Por enquanto o samba ? na Avenida
Maria Lopes conta que alguns vizinhos j? fizeram reclama??o at? na pol?cia, mas eles n?o resolveram o problema. Do outro lado da linha, ouve-se um "sinto muito, mas n?o podemos fazer nada".
E o transtorno n?o atinge somente habitantes de andares t?rreos. A aposentada C?lia dos Prazeres Marques (foto ao lado), moradora do ?ltimo andar do pr?dio residencial mais alto da avenida, diz que o barulho durante a primeira noite foi grande. "Os homens ficam conversando o tempo inteiro, assobiam, riem e alguns vizinhos reclamam dos palavr?es que eles falam. Daqui de cima n?o d? para entender, mas o barulho da madeira e dos ferros que eles jogam no ch?o e batem uns nos outros d? para ouvir muito bem".
Moradora do endere?o h? 31 anos, se depender das discuss?es em torno deste assunto, a aposentada de 74 anos ainda vai ter que conviver com a batucada por um bom tempo. Isso porque, segundo o superintendente da Funalfa, n?o se chega a um consenso sobre um outro local de destino para a folia e construir um samb?dromo est? fora dos planos, pelo menos enquanto o carnaval de Juiz de Fora n?o recuperar a tradi??o e fama almejadas.
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